Mil léguas submarinas de cabo reforçam velocidade da internet

M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Se não fossem os cabos submarinos, as comunicações modernas nunca teriam sido possíveis, e estariam limitadas pela geografia. O ano de 1858 foi um marco para a história da humanidade, quando um cabo submarino foi estendido entre os Estados Unidos e o Reino Unido, para permitir aos líderes dos dois países falar diretamente pelo telégrafo. Hoje em dia, os cabos submarinos são a forma mais eficiente de fazer contacto entre continentes, e a sua importância cresceu com a mesma velocidade que a disseminação da internet.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Por isso, e porque a internet vai tornar-se um meio cada vez mais audiovisual, exigindo a mesma qualidade que a televisão por cabo, o novo cabo Marea foi instalado, ligando a Virginia, nos Estados Unidos, a Bilbau, em Espanha. O cabo tem uma distância de mais de léguas, ou 6030 km, e foi desenvolvida pela firma de telecomunicações Telxus, em parceria com a Microsoft e o Facebook. A escolha da montagem do Marea no sul dos Estados Unidos foi justificada pelo excesso de pontos montados na área metropolitana de Nova York, e para facilitar o acesso à informação após o furacão Sandy, que devastou o sul dos Estados Unidos em 2012. Do planeamento à implantação, o cabo foi instalado no tempo recorde de dois anos.

Para os utilizadores, a vantagem deste cabo (que pesa 4500 toneladas e teve que passar ao lado de vulcões submarinos ativos e recifes de coral) é que consegue transmitir 160 terabytes de informação por segundo, o suficiente para 71 milhões de utilizadores na Europa verem um filmes de alta definição no Netflix ao mesmo tempo. De acordo com a Telxius, este cabo não só vai facilitar telecomunicações transatlânticas, mas em todo o globo, uma vez que os dados poderão passar depois pelos Estados Unidos em direção à Ásia, pelo cabo transpacífico, no qual a Microsoft também esteve envolvida.