Um em cada quatro trabalhadores alemães está desconfortável com o progresso da tecnologia e, mais concretamente, com a possibilidade de vir a ser substituído na sua tarefa por um robô. Esta é a principal conclusão de um estudo encomendado pela Porsche Consulting e pela investigadora de mercado empresarial Forsa, que abordou 1.004 trabalhadores (do setor público e do comércio, entre outros) sobre a eventualidade de a tecnologia ter um impacto direto nas suas funções.

Num estudo que teve como enfoque a diferente noção de recetividade dos trabalhadores atuais ao avanço da digitalização nas diferentes áreas de trabalho, sobressai a conclusão de que um em cada quatro trabalhadores na Alemanha prefere que os seus postos de trabalho não sejam afetados pelo progresso. Esse valor é de 31% para os trabalhadores entre os 55 e os 65 anos.

Porém, os mais jovens são mais recetivos às mudanças resultantes das novas tecnologias, com 18% dos inquiridos entre os 25 e os 39 anos de idade a considerarem que a digitalização é um avanço significativo no seu trabalho, contrariamente aos 8% do grupo acima dos 55 anos de idade.

Metade dos inquiridos afirmam que, em breve, terão mudanças no seu ambiente de trabalho devido à digitalização, num valor que sobe para os 71% em empresas de grande dimensão ou com mais de 5.000 trabalhadores. Dos que responderam que a tecnologia já chegou ao seu trabalho, a reação é amplamente positiva, com 64% dos inquiridos a afirmar que as tecnologias digitais facilitaram o processo de trabalho (61%) e que tudo se realiza de forma mais rápida (64%).

Robôs e humanos em cooperação

O desenvolvimento acelerado de novas tecnologias está a obrigar a novas formas de integração entre humanos, computadores de elevado desempenho e robôs, numa cooperação que funciona de forma cada vez mais evidente nas empresas alemãs. Dos que foram abordados, 42% dos empregados indica que computadores e robôs já assumiram postos de trabalho e funções que anteriormente eram executados por humanos.