O Governo deverá colocar um ponto final no esquema de incentivo à compra de carros elétricos já a partir do próximo ano, atendendo à crescente quantidade de automóveis elétricos no mercado e à cada vez maior procura. A alternativa poderá passar pela redução nos custos de carregamento.

Criado como uma política de incentivo à aquisição de veículos elétricos para tornar a mobilidade mais sustentável, o incentivo à aquisição de elétricos para particulares e empresas começa a ter posto em causa à medida que as vendas deste tipo de veículos começa a subir, com o secretário de Estado para a Mobilidade Urbana, Jorge Delgado, a revelar em entrevista ao Negócios e à Antena 1 que a procura já não está dependente do incentivo, pelo que é preciso repensar a ideia do incentivo.

Tendo ascendido este ano aos 5.2 milhões de euros no valor total de apoios, o incentivo à compra de automóveis elétricos poderá não constar do próximo Orçamento do Estado, a apresentar em outubro, devendo ser trocado por medidas ao nível do carregamento.

Admitindo que o incentivo no seu formato tradicional já não corresponde à ideia de universalidade na mobilidade, já que o incentivo se esgota cada vez mais cedo no ano em virtude do grande número de automóveis elétricos comercializados, Jorge Delgado refere que “temos de evoluir para um tipo de incentivo à mobilidade elétrica mais universal”.

“A taxa que se paga para cobrir os custos da entidade gestora já é coberta com cerca de 700 mil euros por parte do Fundo Ambiental. Podemos reduzir mais essa taxa. E depois há outras taxas que estão incorporadas no custo do carregamento que podemos trabalhar”, afirmou àqueles dois meios.

Recorde-se que, de acordo com dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), entre janeiro e abril deste ano venderam-se 10.405 automóveis ligeiros de passageiros 100% elétricos, representando dessa forma 15,2% do total do mercado até então.