Quem nunca chegou ao seu veículo estacionado e encontrou um desagradável vinco ou toque numa porta? A razão, mais do que apenas uma falta de cuidado dos outros condutores (ou utilizadores), prende-se com o acentuado crescimento das dimensões dos veículos atualmente em circulação, em especial, com o aumento de modelos de tipo SUV nas estradas das grandes cidades.

Isto porque os espaços de estacionamento começam a não acompanhar as dimensões dos veículos, conforme revela uma firma britânica de automóveis de substituição.

De acordo com a Accident Exchange, o aumento das dimensões dos veículos – sobretudo em largura – tem levado a aumento proporcional de incidentes registados em parques de estacionamento, situação que já levou a National Car Parks (NCP), maior exploradora privada de parques de estacionamento no Reino Unido, a declarar a sua intenção de aumentar os espaços para cada veículo nos locais por si explorados.

Alguns dos parques da NCP em Londres, Manchester e Bournemouth já contam com maior amplitude para veículos de maiores dimensões, aumentando dos atuais 4,8 m de comprimento por 2,4 m de largura dos padrões atuais para fazer face à ‘engorda’ dos automóveis, algo que também deriva dos trâmites de segurança cada vez mais exigentes.

Os dados da Accident Exchange mostram que os danos causados dentro dos parques de estacionamento aumentaram mais de um terço em apenas dois anos, havendo um número superior a 675.000 incidentes ou danos relacionados com parques de estacionamento por ano. Para as instituições seguradoras britânicas, o custo estimado desta situação atinge os 1.4 mil milhões de libras.

Com o trânsito das grandes cidades a ficar cada vez mais complicado, o aumento das dimensões dos automóveis em contraponto com a desadequação dos espaços urbanos tem gerado um grande e relevante impacto no estacionamento e nos consequentes contactos entre veículos.

Um dos principais problemas, aponta este estudo, é que não são apenas os SUV a aumentar de dimensão e em número. Mesmo os compactos estão cada vez menos compactos, com um Opel Corsa, por exemplo, a ser significativamente maior do que o era há 15 anos. De acordo com os dados, foi mesmo o modelo que mais cresceu entre as suas diversas gerações: 16%.