Chegou o inverno: Carro protegido para toda a estação

21/12/2022

O inverno chegou e com ele a necessidade de adotar medidas para proteger a mecânica, em especial quando o frio se torna mais intenso.

As temperaturas começaram a baixar e, com estas, desce também a pressão dos pneus. Por cada 10ºC na temperatura do ar, o pneu pode perder 0,5 bar de pressão. E os pneus com baixa pressão prejudicam a segurança e aumentam o consumo. A evolução tecnológica nos automóveis já inclui sistemas de assistência ao condutor que alertam para a baixa pressão de ar nos pneus, mas só quando os níveis baixam significativamente. Por isso, recomenda- se o antigo método, de modo a usufruir de um rendimento ótimo dos pneus. Verifique a pressão pelo menos uma vez por mês.

Não aos arranques desenfreados

Quem corre sabe que fazer um sprint sem qualquer tipo de preparação é um erro enorme. A mecânica do seu veículo é semelhante e exigir demasiado do motor assim que dá à ignição é prejudicial. Os primeiros quilómetros devem ser feitos com acelerações tranquilas sem que as rotações subam muito até que o óleo fique à temperatura ideal e todos os componentes internos do bloco sejam corretamente lubrificados. Tanto mais que o estado do piso também o desaconselha.

Aquecer o motor com o carro parado

Se acelerar desalmadamente logo desde o arranque é prejudicial para a mecânica, o hábito de ligar motor do carro de manhã, sobretudo em dias de frio mais intenso, e deixá-lo aquecer parado, durante largos minutos, só faz sentido em carros mais antigos com carburadores. Estes recorrem a uma mistura menos controlada entre gasolina e ar para providenciar a combustão (devido à ausência de sensores que controlem a quantidade de combustível para a mistura de combustão a frio). Ao contrário, nos veículos modernos, os cilindros e os pistões acabam por ser prejudicados pelo aquecimento antes de se começar a andar. Tudo porque a mistura de ar e combustível que é possibilitada dentro do cilindro pelos pistões torna-se desequilibrada na medida em que os sensores dos veículos modernos ‘leem’ a temperatura ambiente e conseguem adicionar mais combustível à mistura, tornando-a mais rica na fase inicial da condução, até que o motor atinja a temperatura ideal – usualmente, nos 90º C.

Ou seja, assim que ligar o carro, pode deixar o motor aquecer por 20-30 segundos, mas a melhor forma de o colocar à temperatura ideal é com uma condução relaxada nos primeiros quilómetros.

Capacidade da bateria também encolhe com o frio

Quatro anos é um período normal para a duração de uma bateria, se a sua utilização for a correta. Mas há vários fatores que podem fazer encurtar este prazo de validade. Um automóvel que seja sempre estacionado na rua, sobretudo em climas mais frios, tende a desgastar mais a bateria, pois as baixas temperaturas fazem descarregar a bateria, que assim terá de ser recarregada desde níveis mais baixos, pelo alternador, aumentando o número de ciclos carga/descarga.

Como é que se protege a bateria?

Há diversas práticas que ajudam a preservar o bom estado da bateria. Primeiro que tudo, a maneira de proteger a bateria é mimá-la quando está fraca e demorar a alimentar o motor de arranque. Quando o motor custa a pegar, dê à chave apenas por períodos curtos, entre dois e três segundos. Respeite este tempo a cada insistência.

Depois, sempre que ligar o veículo, procure mantê-lo em funcionamento, pelo menos, durante 20 minutos, para que a descarga da bateria ocorrida no arranque seja totalmente reposta (pelo alternador).

Em viagens curtas, não utilize equipamentos que consomem muita energia, como, por exemplo, o aquecimento dos bancos, e sempre que tiver o motor desligado (é a bateria que se encarrega da alimentação elétrica) evite o uso prolongado de equipamentos, como o rádio, ar condicionado, leitores de CD ou DVD. E nunca deixe os faróis acesos.

A bateria esforça-se mais num motor Diesel?

Em motores Diesel, a bateria e o motor de arranque têm trabalhos redobrados. Vencer a compressão mais elevada obriga a despender muita energia (elétrica). E antes da ignição, a bateria tem de alimentar a resistência do pré-aquecimento.

O sistema start-stop gasta mais a bateria?

Sem dúvida, porque, com o motor desligado, os equipamentos/sistema elétricos têm de continuar a ser alimentados e é a bateria que se encarrega de os deixar saciados. Além disso, com start-stop, o motor de arranque funciona muito mais vezes, em cada uma solicitando a descarga da bateria. Mas, tranquilize-se: os veículos com esta tecnologia amiga da economia e do ambiente dispõem de baterias com maior capacidade.

Como é que se previnem avarias elétricas?

Faça revisões periódicas, para controlar o funcionamento do alternador, motor de arranque, reguladores, cabos e terminais. Escolha em oficinas certificadas. O funcionamento deficiente destas peças condiciona a vida útil da bateria e pode gerar sobrecarga, fugas de corrente e outras anomalias.

Como sabe que a bateria está fraca?

Dificuldades para colocar o motor em funcionamento ou enfraquecimento das luzes são sintomas de bateria fraca. Mas esta anomalia só pode ser confirmada por equipamentos que testam todos os elementos da bateria e que estão apenas disponíveis em oficinas ou estabelecimentos especializados.

Tal como muitos outros componentes do automóvel, a bateria também se enquadra nos materiais de desgaste, por isso, mais cedo ou mais tarde, terá que ser substituída. Nessa altura terá de conferir as especificações da bateria do seu automóvel, pois existem muitas baterias diferentes, de acordo com as exigências do sistema elétrico de cada automóvel.

Mudar as escovas

Um dos elementos mais descurados pelos automobilistas está bem à sua frente. As escovas do pára-brisas são essenciais para a correta visibilidade da estrada e do ambiente à sua volta, mas muitas vezes são esquecidas quando chega o inverno. Assim que as escovas começarem a deixar o para-brisas mais baço do que limpo, é altura de proceder à sua mudança, mesmo que o mais indicado seja fazê-lo imediatamente antes do inverno (no verão, com o tempo quente, irão ressequir).

Feche a torneira

Os construtores prescrevem prazos para a mudança de todos os fluidos do seu carro e fazem-no para que o motor esteja nas condições ideais em todos os momentos. Naturalmente, os líquidos do circuito de arrefecimento devem ser específicos e não água da torneira, que contém minerais que podem corroer todo o sistema. Os líquidos anticongelantes aguentam facilmente temperaturas até 20ºC negativos e garantirão que o seu motor esteja sempre a funcionar dentro do regime ideal de temperaturas. Devem ser mudados todos os anos.

Bate-chapas

Por último, mas não menos importante: pequenos danos na chapa metálica devem ser reparados para evitar a entrada de humidade e a criação de ferrugem; a carroçaria deve ser polida com cera, assegurando uma melhor proteção.