A ideia é que cada tipo de estrada terá que ser distinta, e ao entrar numa determinada rua ou via, o condutor vai reconhecer imediatamente em que tipo de ambiente está, como uma zona residencial ou comercial, a presença de escolas, ou a entrada e saída de centros urbanos. Assim, vai saber qual a velocidade que deve adotar, se pode esperar a presença de ciclistas e peões, quem vai ter prioridade, se pode parar ou estacionar. Teoricamente, isto seria suficiente para reduzir o nível de ansiedade no condutor, evitar erros de condução e melhorar a segurança na estrada. Estima-se que este tipo de construção de estrada seria suficiente para reduzir a sinistralidade rodoviária em 15 por cento, de acordo com o relatório do Projeto Dumas para a Comissão Europeia.
A facilidade dos condutores portugueses, geralmente considerados entre os mais indisciplinados da Europa, em adotar este sistema vai depender de muitos fatores. Além de necessitar de mudar mentalidades, o sistema também arrisca-se a perder a sua eficácia com o tempo. As estradas autoexplicativas dependem muito de manutenção constante às marcações na estrada, que têm tendência a desaparecer rapidamente. Além do mais, o uso de empedrados ou asfalto de cores diferentes representa um custo adicional na construção, que poderá não estar ao alcance de todas as autarquias. Junte-se a isto os remendos genéricos que são aplicados quando é necessário abrir uma rua para fazer uma obra pública, e nota-se as dificuldades para que este sistema continue funcional a longo prazo.
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