O Governo pondera utilizar helicópteros da Proteção Civil ou ‘drones’ para fazer controlo de velocidade nas estradas, solução que já existe por exemplo na ‘vizinha’ Espanha, admitindo também instalar mais radares e inibir o sinal de telemóvel ao volante.

O secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, falava aos jornalistas à margem da apresentação de um estudo sobre condutores do Automóvel Clube de Portugal de medidas para contrariar o “preocupante” aumento do número de mortos nas estradas no ano passado, travando uma tendência de cada vez menos sinistralidade grave.

“É uma das soluções seguidas em Espanha e França e há a possibilidade também cá termos esse modelo”, declarou, afirmando que há “tecnologias muito evoluídas” e relativamente simples que poderão equipar “os helicópteros que estão ao dispor da Autoridade Nacional de Proteção Civil” para serem usados na fiscalização de velocidade.

Inibir os sinais do telemóvel

Outro aspeto abordado foi o da utilização do telemóvel ao volante, com a tutela a ter em análise a possibilidade de inibir o sinal do dispositivo

A tutela estuda também “aplicações com as operadoras para diminuir o uso de telemóvel”, incluindo “inibições de sinais” com respostas automáticas para chamadas recebidas que indicam que “o condutor está ao volante e não pode atender a chamada”. Assim se pretende evitar “um dos principais fatores de acidentes, as colisões e despistes que resultam, não da estrada, mas do uso do telemóvel.

No entanto, não é explícito como é que a limitação do sinal do telemóvel seria apenas aplicada ao dispositivo do condutor e não ao de outros passageiros a bordo do veículo, o mesmo.

“O alargamento da rede de radares, reduzir o limite de velocidade para 30 quilómetros por hora em alguns locais e a georreferenciação de locais de acidentes recorrentes” são outras medidas que se admitem para cumprir o Plano Nacional de Segurança Rodoviária e voltar a reduzir os números da sinistralidade.

Segundo números provisórios da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, em 2017 morreram 509 pessoas nas estradas portuguesas, mais 64 do que em 2016, e os feridos graves aumentaram de 2102 para 2181. José Artur Neves salientou o facto de 54% das mortes terem ocorrido dentro de localidades.

Com Lusa