Grande maioria dos portugueses utiliza o telemóvel durante a condução

13/11/2019

Os portugueses estão entre os que mais utilizam o telemóvel durante a prática da condução, de acordo com um estudo da seguradora Liberty Mutual, que analisou o comportamento e as atitudes dos condutores em seis países onde está presente.

A seguradora levou a cabo um estudo para avaliar os comportamentos dos condutores em sete dos países em que está presente – Portugal, Espanha, França, Irlanda, Reino Unido e Estados Unidos –, determinando que são os condutores lusos aqueles que maior dependência revelam face ao telemóvel.

Segundo o estudo ‘Global Driving Safety Survey’, que teve em consideração as respostas de 5004 europeus (1000 portugueses, 1006 espanhóis, 1006 franceses, 992 irlandeses e 1000 britânicos) e 3006 norte-americanos, é em Portugal que os condutores mais recorrem ao telemóvel durante a condução, com 74% dos inquiridos a confessarem a sua utilização, seguidos por 67% dos irlandeses e dos norte-americanos, 58% dos franceses, 55% dos espanhóis e 47% dos britânicos.

Analisando a utilização do telemóvel durante a condução por gerações, do total de entrevistados, 83% são millennials, 76% são da geração X e 62% são baby boomers. Quanto às formas de utilização do telemóvel, 69% dos portugueses inquiridos admitem olhar para mensagens e chamadas que estão a receber, 52% olham para as notificações, 26% leem e-mails e mensagens, 25% fazem e enviam mensagens de áudio, 20% utilizam apps, 19% enviam e-mails e mensagens e 18% utilizam apps de redes sociais. Ao mesmo tempo, apenas 13% dos portugueses inquiridos garantem que colocam o telemóvel fora do alcance durante a viagem de carro.

Na divulgação dos dados esteve também a Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP), que considerou estes dados preocupantes e merecedores de reflexão, incluindo também o facto de a utilização dos sistemas ‘mãos-livres’ serem igualmente prejudiciais para a atenção dos condutores ao volante.

“A utilização de sistemas mãos-livres, apesar de ser legal, não tem vantagens significativas em relação a falar com o telemóvel na mão, uma vez que a distração cognitiva que provoca (o tipo de distração que mais influencia negativamente a condução) é semelhante à provocada por falar com o telemóvel na mão”, alerta José Miguel Trigoso, presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa.