Fácil de utilizar, compacto e autónomo, este dispositivo luminoso, que respeita as normas europeias, custa 29,95 euros (preço recomendado) e promete fazer a diferença em caso de acidente ou avaria na estrada.

Quando se trata de segurança rodoviária, por vezes, uma pequena luz pode fazer a diferença e evitar um sinistro grave e potencialmente fatal. Essa é, pelo menos, a convicção da Help Flash, que agora chega a Portugal, depois de estar já a conquistar o mercado espanhol com o apoio da legislação do país vizinho.

Mas, afinal, o que é o Help Flash? Trata-se de um dispositivo luminoso, compacto, simples de utilizar e muito robusto, “que pode ajudar a salvar vidas”. Produzido em Espanha, onde, desde julho de 2021, pode substituir legalmente o triângulo de sinalização, este dispositivo respeita todas as normas europeias de segurança.

O objetivo primordial do dispositivo de segurança Help Flash é sinalizar qualquer situação que possa provocar perigo. Utilizando um potente LED, este dispositivo de aviso luminoso é visível a um quilómetro de distância e em qualquer direção (360°).

Brilho na escuridão

A importância de um dispositivo com estas caraterísticas pode medir-se pelos números recordados pela Help Flash, na apresentação do produto ao mercado nacional, onde chega agora com o preço recomendado de 29,95 euros: “41% dos acidentes fatais aconteceu durante a noite ou anoitecer (20h e as 6h); 13% destes, durante o dia, mas com condições de pouca visibilidade; 23% são atropelamentos em meio urbano e ¼ em vias principais”.

Segundo o Balanço de Segurança Rodoviária 2021 do Ministério do Interior, dados obtidos em Espanha, “no ano passado, 1.004 pessoas morreram em acidentes nas estradas interurbanas. O atropelamento foi a causa de 11% dos casos, o que significa que no ano passado 110 pedestres morreram nas vias interurbanas”. Mais. “Em relação ao número de pedestres falecidos (110), 59 foram em rodovias e vias duplas e 51 em vias convencionais. Entre os que morreram em vias movimentadas, 19 eram motoristas ou ocupantes que haviam descido do veículo e 23 eram pedestres caminhando ou atravessando”.

Conforme explicaram os responsáveis da Help Flash, durante a conferência de imprensa, “bastava salvar uma vida e o negócio já teria valido a pena”. Mas a ideia será conquistar o mercado nacional nos próximos anos, ocupando uma quota de 30% neste tipo de produtos.

“A luz tem um papel determinante no número de mortes de pedestres nas vias interurbanas. 70% dos acidentes fatais ocorrem durante o crepúsculo ou à noite e, destes, 90% em estradas sem iluminação suficiente”, defendem. E vão mais longe: “Cerca de 40% das avarias na estrada são elétricas; o que impossibilita o uso de luzes de emergência (avisos) e dispositivos com fio”.

Perante estas estatísticas, defendem os responsáveis, o Help Flash é um importante dispositivo de segurança. Com inúmeras vantagens: “pode ser aplicado em todos os veículos, mesmo de duas rodas, ao contrário do triângulo, é muito leve, compacto e fácil de utilizar, autónomo e resistente à chuva e ao vento, e dispõe de uma bateria que conserva 80% da sua capacidade ao fim de quatro anos”, explicam os responsáveis da empresa que pretende assumir um papel determinante em matéria de soluções para a mobilidade do futuro.

Reflexo da lei

Em matéria de utensílios de segurança, a lei tem vindo a ajustar-se à medida que surgem soluções eficazes no mercado. A partir de 1 de agosto de 2018, por exemplo, passou a ser “permitida a colocação de um dispositivo luminoso amarelo no exterior do veículo, com alimentação autónoma através de uma bateria ou bateria que deve garantir a sua utilização após 18 meses”, recordam os responsáveis. “Se por algum motivo for estimado que não podemos deixar o veículo com segurança, deve permanecer dentro dele com os sistemas de retenção presos”, sublinha.

Mas atenção. “Apenas dispositivos que foram aprovados podem ser usados”. Algo que não é um pormenor legal. “A partir de 1 de julho de 2021, de acordo com o Decreto Real do Regulamento de Assistência na Estrada aprovado em 16 de março de 2021. Gera-se um novo cenário pelo qual são regulamentadas as condições de atendimento nas vias públicas e cujos objetivos são a eliminação do obstáculo na via, garantir a fluidez do trânsito e facilitar a mobilidade segura e sustentável”, adiantam. “O uso do dispositivo de luz de pré-sinalização V16 é regulado. Em caso de avaria ou acidente, os ocupantes podem permanecer no veículo com o cinto de segurança colocado. O motorista usará o dispositivo de pré-sinalização de perigo regulatório para avisar sobre essa circunstância”, explica a mesma fonte. E acrescenta, a propósito: “Os triângulos de alerta de perigo coexistirão com os atuais dispositivos de luz até 1 de janeiro de 2026”.

Por outras palavras, a caminha no sentido de tornar estes dispositivos (desde de que homologados) vinculativos, já partir de 2 de janeiro de 2026. “Dispositivos de luz de pré-sinalização de perigo V-16 conectados. São balizas com as mesmas especificações das atuais mas que terão um sistema de conectividade autónomo que permite, após ativação, enviar a geolocalização para a Direção Geral de Tráfego. De acordo com o Decreto Real de Assistência em Viagem, estes novos V16 ‘conectados’ devem cumprir vários requisitos e ter determinadas características, entre as quais se destacam: que a informação sobre a localização do veículo acidentado seja enviada a cada 100 segundos, que as comunicações de custos de pelo menos 12 anos estão incluídas no preço de venda a retalho e que o aparelho inclui no seu interior todos os elementos necessários ao seu funcionamento, incluindo comunicações, sem depender em caso algum de elementos externos como aplicações telemóveis ou similares”, adianta a Help Flsah.

Desta forma, os novos beacons V-16 conectados “terão que ter um serviço de comunicação ativo com uma empresa, como acontece com telefones celulares ou dispositivos IoT, e o custo desse serviço será assumido pelos fabricantes dos dispositivos por pelo menos 12 anos”, dizem. “Atualmente, dada a novidade da norma, não há fabricante que tenha um produto desenvolvido com as características exigidas pela norma”, acrescentam.

A Help Flash já está a trabalhar no novo dispositivo IoT, uma versão 2.0 do modelo agora revelado. E já publicou um acordo estratégico ao nível das comunicações com a Vodafone. Nesta fase, a empresa está em negociações com a rede de distribuição, que passará por postos da Carglass, Noraut, Continente, entre muitos outros.