Longa vida aos pneus do carro. Faça assim

22/05/2022

Manter os pneus em bom estado é essencial para promover a segurança na condução. Siga as instruções.

Os especialistas indicam que o tempo médio de vida de um (bom) pneu situa-se entre os 40 e os 50 mil quilómetros, mas, atenção, um produto de qualidade inferior poderá ter menos um quarto desta duração, pouco mais de 10.000 quilómetros. A durabilidade do pneu vai depender do tipo de percursos frequentes e do estilo de condução.

Mas é importante conhecer que o desgaste nos pneus pode também indicar anomalias associadas. Se o pneu está demasiado desgastado ao centro do piso, indica que a pressão é excessiva, devendo, então, ajustar-se de acordo com os valores recomendados pelo fabricante. Por outro lado, se o desgaste incidir na face lateral do pneu, significa que a pressão estará baixa. Se apenas um dos lados apresenta sinais de desgaste, é sintoma de que a direção do veículo pode estar desalinhada. E se sinais de desgaste são irregulares significa que a equilibragem (termo técnico que assegura a distribuição equitativa do peso da roda) é incorreta.

Bom alinhamento poupa borracha: O desgaste acentuado ou irregular dos pneus resulta, na maioria das vezes do alinhamento deficiente das rodas. Um carro desalinhado, por exemplo com um fator de 2,5 graus de convergência, pode reduzir a vida de um pneu em 20%.

Equilibragem e não calibragem: Uma situação de desequilíbrio nas rodas pode ser identificada através das vibrações durante condução, por exemplo na direção (que poderão causar danos na própria estrutura do veículo), e que podem estender-se à suspensão, e acelerar a sua degradação. A equilibragem das rodas (é comum falar-se em calibrar as rodas, mas o termo correto é equilibrar) é o processo dinâmico que visa corrigir uma possível excentricidade que possa surgir num pneu ou numa roda.

Verificar periodicamente a pressão: É recomendável verificar a pressão dos pneus uma vez por mês, a cada 2.000 km ou antes de iniciar uma viagem mais longa. Deve fazê-lo sempre a frio para que a medição não seja alterada.

Uma opção é ter no carro um medidor portátil, um destes dispositivos digitais, práticos e muito fáceis de usar, encontram-se à venda em qualquer casa de acessórios por preços a partir de 10 euros. Recorde que deve manter a pressão dos pneus ajustado consoante a indicação do fabricante (normalmente inscrita na porta do condutor ou no pilar adjacente) ou para o nível de carga de cada momento. Pneus com a pressão incorreta podem não só aumentar o consumo de combustível e o ruído, como também prejudicar a segurança ao reduzir a eficácia dos sulcos em caso de piso molhado.

Comprovar a profundidade mínima dos sulcos: Os pneus não têm uma idade máxima por decreto ou uma obrigatoriedade para a sua troca, mas aquilo que devem garantir, porém, é a integridade de todas as suas superfícies ou a profundidade dos sulcos nunca inferior a 1,6 mm, assegurando dessa forma um desempenho seguro, nomeadamente à chuva.

Os canais no piso dos pneus, aliás, têm como principal função escoar a água entre o pneu e o pavimento, pelo que se a profundidade do piso for reduzida, o escoamento será menor, aumenta a quantidade de água acumulada entre o pneu e o pavimento e podemos estar a favorecer o aparecimento de fenómenos de aquaplaning ou aquaplanagem.

Os valores originais, em média, nos pneus novos, andarão na ordem dos 7,5 milímetros, podendo haver modelos com 8 e 9 mm.

Para a medição mais rigorosa pode usar um paquímetro. Encontra-os à venda por preços a partir dos 2 euros na Internet. Um medidor digital da profundidade do pneu não custa muito mais de 10 euros.

Atenção à data de fabrico: Essa data está indicada em quatro algarismos posicionados na parede lateral dos pneus, geralmente alinhados com quatro outros grupos alfanuméricos que se iniciam com a sigla DOT. No final, surge um valor de quatro algarismo que dizem respeito à data da produção: por exemplo, o número 2310 significa que o pneu foi produzido na 23ª semana do ano de 2010. Os primeiros dois algarismos representam a semana e os dois últimos o ano.

Combater o “flat spot”: Caso tencione ter o veículo estacionado durante um longo período de tempo, pode aumentar ligeiramente as pressões de enchimento (+0,2 Bar), para ajudar a reduzir a deflexão e, consequentemente, as ocorrências daquilo a que os técnicos chama de “flat spot’”, ou áreas lisas, um tipo de deformação do pneu na zona de contacto entre o pneu e o solo, causada pela ação da carga do veículo durante um estacionamento prolongado. Existem dois tipos de áreas lisas: temporárias e semipermanentes. A gravidade de uma área lisa num pneu depende de fatores como o tamanho, a carga, a estrutura interna, a temperatura ambiente e o tempo de imobilização. Preferencialmente e caso a imobilização seja de longa duração, é aconselhável utilizar 4 ferramentas de elevação, normalmente conhecidas por “preguiças”.

Há também quem opte por adquirir umas bases criadas para distribuir a pressão de forma mais homogénea, pequenos colchões ou almofadas de ar ou mesmo bases em borracha e esponjas para esse efeito.

A rotação reduz o desgaste: Os pneus devem girar pelas quatro rodas ou não? A rotação periódica dos pneus configura uma das formas de prolongar a durabilidade dos mesmos, possibilitando que o desgaste, em condições normais de utilização e sem danos, seja mais uniforme e menos acelerado. (os pneus desgastam-se de forma diferente nos dois eixos automóvel, sendo que o motriz provoca sempre maior consumo de borracha). Mas não é para todos: os pneus assimétricos e unidirecionais não podem circular pelas quatro rodas. Assim como em automóveis equipados com pneus e jantes de tamanhos diferentes nos eixos traseiro e dianteiro.

Quanto à rotação, em caso de não existir indicação do fabricante, deve acontecer com intervalos de 10 mil quilómetros. Recomenda-se que a operação seja realizada em estabelecimentos especializados.

Escolher o pneu adequado para o carro: Os pneus são redondos e pretos, mas não são todos iguais. No momento da aquisição de pneus, depois de se ter em conta as medidas permitidas pelo livrete, será importante ter em conta a utilização que os mesmos irão ter. Os pneus destas três grandes famílias – desportivos, turismo ou utilitários – podem ser provenientes de grupos de marcas distintas em termos de oferta, surgindo aqui as marcas premium, mid e budget, referentes aos pneus excelentes e normalmente com preço mais elevado, ainda os pneus bons e os aceitáveis. Se optar por pneus usados, normalmente importados de países onde deixam de rodar mais cedo, tenha em consideração que são normalmente provenientes de mercados nórdicos; muitos são pneus de inverno, incapazes de garantir a resposta adequada em climas amenos como o português.