O número de pessoas detetadas a conduzir sem carta aumentou 22% nos sete primeiros meses deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, num total de 3019 condutores, anunciou hoje a PSP, admitindo estar preocupada.

“De 01 de janeiro a 31 de julho de 2020, a PSP deteve 3019 pessoas por este motivo [condução sem habilitação legal], mais 522 do que no mesmo espaço temporal em 2019”, quando o número de detenções foi de 2467, de acordo com a Polícia de Segurança Pública (PSP).

Referindo que este aumento causa “especial preocupação”, a PSP refere ainda que “o aumento desta infração criminal” também se verificou nos acidentes rodoviários.

“A condução de veículos por pessoas sem habilitação legal representa um perigo para a segurança rodoviária”, sublinha, lembrando que “estas pessoas não tiveram a formação necessária” para lidar com todas as regras e informação, “demonstrando dificuldade em interpretá-la”.

Nos sete primeiros meses do ano passado, 84 dos 2467 cidadãos detidos por conduzirem sem carta foram detetados por estarem envolvidos em acidentes rodoviários, avança a polícia, acrescentando que, este ano, o número aumenta para 98, ou seja, mais 17%.

“Tanto em 2019 como em 2020, mantém-se o perfil dos cidadãos que praticam este crime, com idade média de 32 anos”, afirma a instituição no comunicado.

De acordo com a PSP, mesmo em “contexto da crise pandémica”, a polícia tem dedicado “especial atenção à segurança rodoviária” enquanto “vivência facilitadora do quotidiano das populações”.

Apesar disto, a PSP registou menos acidentes e menos mortos e feridos no primeiro semestre deste ano do que no mesmo período de 2019: foram registados 20.206 acidentes este ano, menos 31% do que no ano passado, quando o número chegou aos 29.289.

O número de mortos em acidentes rodoviários também caiu (menos 22%), passando de 62 para 40, enquanto o número de feridos graves desceu 26%, de 368 no ano passado para 273 este ano.

A PSP registou também uma descida do número de feridos ligeiros, identificado menos 37% este ano, ou seja, 5881 no primeiro semestre de 2020 contra 9345 em 2019.

O primeiro semestre deste ano abrangeu todo o período de confinamento no âmbito da pandemia da Covid-19.

Com Lusa.