Aquaplaning. Oito cuidados a ter quando conduz à chuva

28/03/2024

Os estudos revelam que, em dias de chuva, o risco de acidente aumenta 70%, face a um dia de tempo seco. Bancos de nevoeiro imprevistos, estradas escorregadias como sabão e o risco de aquaplaning, aquele elemento de perigosidade que pode apanhar desprevenido mesmo o condutor mais experiente.

 

“A presença de demasiada água pode fazer com que o veículo perca o contacto com a superfície da estrada. Um pneu que role a relativa velocidade sobre uma superfície alagada, impulsiona um pequeno banco de água à sua frente. O impacto da escultura na água diante da zona de contacto faz com que suba a pressão da água. Se esta pressão é maior que a pressão média do pneu na superfície da água, este não pode expelir a água e perde o contacto com o solo. Quanto maior for a profundidade de água ou maior a velocidade do veículo, este efeito é amplificado, deteriorando a aderência ao solo.”, detalha a Michelin.

Oito os fatores que podem desencadear o “aquaplaning”

  1. As dimensões dos pneus: a área e a forma da superfície de contacto com o piso têm uma influência directa na probabilidade de ocorrência de aquaplaning. A dimensão dos pneus deve respeitar as recomendações do fabricante do veículo.
  2. Desenho e profundidade dos sulcos dos pneus: determinados padrões são mais eficientes no escoamento da água da estrada, melhorando a resistência ao aquaplaning. Segundo alguns especialistas, o desenho do rasto em forma de V proporciona melhor drenagem. À medida que os pneus vão ficando mais usados, a fiabilidade de resistência ao aquaplaning diminui.
  3. Pressão dos pneus: a pressão dos pneus deverá ser sempre a recomendada pelo fabricante do automóvel.
  4. Profundidade da água: quanto mais espesso for o lençol de água, mais cedo se perderá a tração. Contudo, a velocidades mais altas, mesmo sobre camadas finas de água se pode perder a tração. A composição da água (óleo, temperatura, pó e sal podem alterar as propriedades da água, incluindo a densidade).
  5. Tração do veículo: os diferenciais eletrónicos dos veículos de tração integral, em determinadas condições, poderão proporcionar aquaplaning mais facilmente do que veículos de tração apenas de duas rodas. Tal acontece, devido a uma transferência descontrolada de potência de um eixo para outro.
  6. Velocidade: a capacidade de tração diminui à medida que a velocidade aumenta. Dado que o aquaplaning se deve à perda de tração e descontrolo do veículo, a velocidade deverá ser sempre moderada.
  7. Peso do veículo: quanto mais leve for o veículo, maior é a probabilidade de entrar em aquaplaning.
  8. Piso da estrada: asfalto liso é consideravelmente mais propício à ocorrência de aquaplaning do que superfícies rugosas.

Entrei em “aquaplaning”, travo ou acelero?

Se o carro entra em aquaplanagem o condutor não será capaz de controlar a sua direção. É o momento para manter o sangue frio e, sem movimentos bruscos de volante, limitar-se a manter o carro apontado para o “ponto de fuga”. O fenómeno não dura mais que alguns segundos…

Deve resistir à tentação de travar ou virar o volante repentinamente, porque poderá provocar uma derrapagem do automóvel, mesmo quando circula em linha reta.

O correto a fazer é soltar ligeiramente o pedal do acelerador até que o automóvel reduza a velocidade e volte a sentir a estrada.

Se precisar de travar, faça-o suavemente até ao momento em que a borracha do pneu volta a ter contacto com o asfalto e você volta a tomar as rédeas do seu automóvel. Mas, atenção, a primeira roda que recuperar a tração irá tentar travar o veículo, fazendo-o rodar no sentido dessa roda.

Se a aquaplanagem acontece nas rodas traseiras há o perigo de sobreviragem. Nessa situação, o condutor deve guiar o volante no sentido do deslizamento, recuperar tração, e, depois, corrigir o volante rapidamente para o outro lado para endireitar o veículo.

Assim que recuperar algum controlo, aponte à trajetória correta, mantendo a frente do carro na direção certa. Isto pode exigir que vá fazendo pequenas correções com o volante.