Vamos então explicar a função do motor e das suas medidas. Um motor, seja ele elétrico ou de combustão, serve para produzir trabalho. E o trabalho também pode ser medido. Mais especificamente, o trabalho é a quantidade de força despendida numa distância. O binário, por seu lado, é quando essa força é aplicada numa peça rodando sobre um ponto fixo, como a cambota de um motor. Ambas são medidas em newton metros (N.m). O binário mede áreas importantes para uma utilização diária do automóvel, como recuperações em ultrapassagens, aceleração constante em subidas ou capacidade de transportar cargas pesadas
A potência, por seu lado, é a velocidade com que o trabalho é feito, e só interessa mesmo para andar depressa. Sabendo uma destas duas, podemos descobrir a outra, com equações. A potência é medida em watts (W), em homenagem a James Watt, que descreveu o cavalo-vapor, mais conhecido simplesmente como “cavalo”. Mas esta não é uma medida oficial, e tem valores diferentes para cálculos de base imperial (medidas inglesas ou americanas) ou métrico (as nossas). O watt é derivado do binário em newton metros, a uma determinada velocidade do motor, dividido pela constante (aproximada) de 9549.
Num motor com uma potência máxima de 100 kilowatts (100 mil watts, ou mais ou menos 136 cv), às 6000 rpm, o binário gerado nessa altura vai ser de 159 N.m. Mas se esse motor tiver um binário máximo de 200 N.m às 4000 rpm, nessa altura só vai estar a gerar 84 kW de potência (114 cv). Numa utilização normal de um automóvel, vai estar sempre mais próximo do binário máximo do que da potência máxima, explicando assim porque é mais prático saber a o binário que a potência.
