M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Os condutores profissionais têm responsabilidades que os outros condutores não têm. Podem ter a seu cargo a vida de dezenas de passageiros que necessitam de viajar em segurança, ou de toneladas de carga que deve chegar incólume ao seu destino. Isto implica que um condutor pode ter que percorrer centenas de quilómetros durante várias horas, muitas vezes num veículo que é maior e mais pesado, sem a mesma velocidade de reação, que um automóvel normal. Como resultado, os condutores profissionais são submetidos a fontes de stress que tornam a sua profissão perigosa e desgastante.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Enquanto qualquer condutor só precisa de tirar a carta de condução para estar habilitado a conduzir um ligeiro de passageiros, os condutores profissionais necessitam de treino especializado, comprovado através da emissão de certificados de aptidão e de qualificação. E estes certificados têm um tempo limitado de validade, obrigando os condutores a estar permanente a atualizar a sua formação. Além disso, devem fazer revisões constantes ao estado das máquinas que conduzem, com uma regularidade que os automobilistas normais não necessitam.

Além da atenção necessária à condução, os condutores profissionais também poderão ser chamados para fazer operações de carga e descarga, ou para garantir a segurança dos seus passageiros além do tempo de viagem. Isto obriga-o a, na gíria, “mudar o chip” demasiadas vezes por dia, em vez de se concentrarem numa única tarefa. O tempo passado longe de casa também pode causar apreensão adicional. De resto, enquanto estão ao volante, os condutores vão sentir cansaço por estarem sentados na mesma posição, com repetição de movimentos, e a estarem concentrados aos comandos de uma máquina que pesa toneladas durante várias horas.

A legislação obriga os condutores profissionais a pararem após quatro horas e meia consecutivas ao volante. Não podem estar mais de nove horas por dia a conduzir, nem conduzir mais de seis dias consecutivos, ou fazer mais de 56 horas por semana. No entanto, também não podem fazer mais de 90 horas cada duas semanas, e há também períodos mínimos de descanso que deve cumprir, incluindo um de 11 horas consecutivas. Se tiver à sua frente uma longa viagem que demore vários dias, a pressão de cumprir horários também contribui para o perigo de stress ao volante. Ou seja, mesmo a descansar, um condutor profissional sente desgaste.

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