Com a chegada da chuva, o estado dos pneus do seu automóvel tem um papel ainda maior na segurança rodoviária. Afinal, como único meio de contacto com veículo com o asfalto, estes são os pilares fundamentais para uma viagem tranquila e sem sobressaltos. No entanto, ainda muita gente tende a descurar a condição dos pneus instalados nos seus automóveis, menosprezando mesmo o estado do piso e a sua adequação ao clima.

Não sendo Portugal um país em que é obrigatória a montagem de pneus de inverno e de pneus de verão, estes assumem uma característica de ‘all-season‘, ou seja, para todas as temporadas. Saiba, no entanto, que além de verificar a pressão dos pneus de forma regular (assegurando assim que não só a superfície de contacto com o asfalto está otimizada, como também consumos e emissões mais reduzidas), existe uma forma de saber se o estado dos pneus ainda permite desafogo na hora de enfrentar o inverno ou se, pelo contrário, estão a precisar de substituição. Tanto mais que uma grande parte das pessoas desconhece, ainda, qual a altura mínima que os sulcos dos pneus devem ter de forma a assegurar uma aderência adequada em piso molhado.

Isto porque os pneus têm uma franja de utilização ideal entre os quatro e os oito milímetros, sendo que a legislação portuguesa aponta para uma profundidade mínima de 1,6 milímetros. Abaixo desse limite, arrisca-se a uma multa no caso de verificação pelas autoridades. Por conseguinte, também não passará na Inspeção Periódica Obrigatória (IPO).

A razão prende-se a com a necessidade de escoamento da água por parte dos pneus: em dias de chuva, a água no asfalto é escoada através dos sulcos dos pneus, assim se explicando os seus padrões de desenho na superfície. Para escoarem a água, os sulcos têm que ter uma profundidade adequada, sob o risco de se desenvolver a condição de aquaplaning.

Sabe o que é aquaplaning?

Muito sucintamente, aquaplaning é o efeito que se produz na condução quando os pneus do veículo deixam de estar em contacto com o asfalto, planando assim sobre a camada de água que se encontra presente no asfalto. Facilmente se percebe que o perigo que daqui advém é bastante grande, uma vez que, sem ligação ao piso, o automóvel é impossível de controlar.

Uma moeda e 30 segundos

Tudo o que precisa para evitar – ou para menorizar – esse risco é de uma moeda de um euro e de 30 segundos. Colocando a moeda de um euro num sulco, a faixa dourada da moeda deve ficar coberta pela borracha do pneu, tal significa que o mesmo ainda está com a profundidade desejada ou, pelo menos, apta para conduzir em segurança. Se o rebordo dourado da moeda ficar à vista, então é hora de agrupar mais uns euros e proceder à troca dos pneus.

Outras formas de ver a profundidade dos sulcos envolvem um profundímetro, mas não sendo um utensílio comum de encontrar nas ‘malas de ferramentas’ de uma grande parte dos condutores atuais, a moeda acaba por ser um método relativamente simples e fiável para verificar o estado dos pneus.

Naturalmente, a questão da profundidade deve também ser complementada com outros elementos, como o estado geral do pneu em termos de desgaste, pequenos cortes no rebordo ou bolhas visíveis à superfície.