Pode parecer uma questão pouco importante, mas ter um ataque de espirros enquanto se está ao volante é perigoso. Até porque é praticamente impossível espirrar com os olhos abertos…

É boa altura para ir rever o estado dos filtros do habitáculo, para garantir que todas as partículas capazes de lhe provocar alergias ficam bloqueadas.

De acordo com os dados oficiais, mais de 20 por cento da população portuguesa é alérgica aos pólenes, alergia que se agrava nos períodos da primavera, manifestando-se como uma doença na região do nariz (rinite alérgica) e nos pulmões ou nas vias aéreas (asma ou hiper reatividade brônquica). Tosse, olhos irritados, comichão e obstrução nasal (nos casos mais graves até dores de cabeça e falta de ar) e, claro, espirros muito frequentes são os principais sintomas da rinite alérgica, doença sazonal agravada pela presença no ar de maior quantidade das partículas libertados por plantas, flores e diversos tipos de cereais.

Perigo de acidente, porquê?

Para um condutor alérgico, o efeito dessas minúsculas partículas que dominam a atmosfera neste período primaveril pode ter, em casos mais agudos, consequências graves para a segurança na estrada. Espirros fortes e frequentes prejudicam muito a condução, devido a contração muscular que fecha os olhos por breves instantes, impedindo a visão por período de tempo que, dependendo da velocidade do automóvel, poderá provocar um acidente.

Metros de condução às cegas

Por exemplo, espirrar quando se conduz um veículo que circule a cerca 50 km/h obriga a percorrer cerca de 13 metros autenticamente… às cegas! Assim, conduzir nessas condições pode ser bastante perigoso.

Infelizmente, não existe qualquer terapia que garanta a cura. Apenas soluções médicas que atenuam os efeitos da doença. Mas, atenção, a automedicação está completamente fora de questão. Deve consultar um médico para perceber se sofre mesmo de alergias e, caso assim seja, deve dirigir-se a um alergologista que irá traçar um plano de ação para tentar debelar os sintomas. Indique, sempre que necessário, que irá conduzir.

Os filtros de habitáculo – para pólenes, gases e poeiras

O interior dos carros pode-se assumir como um pequeno núcleo de refúgio para as condições de alergia, em especial nos mais modernos que contam com filtros específicos de habitáculo, que retêm muitos pólenes e poeiras exteriores. A sua ação acaba por ser importante para a manutenção da qualidade do ar no interior do veículo e algumas marcas dedicam mesmo grande atenção à qualidade do ar no habitáculo. Os filtros têm de ser substituídos mediante uma quilometragem ou quadro temporal (variável), devendo ser mudados para impedir a acumulação de partículas e bactérias.

Qualquer filtro deve ser trocado de 30.000 em 30.000 km (média) e este equipamento não dispensa a limpeza periódica. Recorra sempre à oficina do fabricante e a técnicos especializados.

Proteção

Para prevenir o agravamento dos sintomas de alergia mantenha janelas e canais de ventilação fechados e utilize óculos escuros para proteger os olhos da luminosidade intensa. No entanto, a melhor defesa contra o pólen é dispor de filtro especial para instalar no sistema de ventilação do habitáculo do automóvel, equipamento que pode adquirir-se no comércio pós-venda especializado ou em representante da marca do carro.

Boletim

A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) disponibiliza no seu sítio na Internet, em www.spaic.pt, informação (que denomina de boletim) sobre os pólenes na atmosfera. Estando informado sobre a concentração de partículas de pólenes, a prevenção é muito mais fácil e eficiente.