Alfa Romeo Giulia Sprint GT/GTV: Uma valorização sustentada

23/05/2018

O valor dos veículos clássicos é o resultado de muitas variáveis, como a raridade, a condição, a qualidade intrínseca do modelo, mas também o seu estatuto e imagem. Um dos factores mais injustos — mas que não é menos importante por isso — é a imagem actual do seu construtor.

Durante algumas décadas, a Alfa Romeo foi uma marca que não ajudou o valor dos seus clássicos, porque os seus produtos contemporâneos perderam qualidade.

O ressurgimento da marca com o novo Giulia e o Stelvio libertaram algum do estigma que, injustificadamente pairava sobre os veículos históricos, muitos deles verdadeiras referências no seu tempo.

Este é um dos motivos pelos quais os Giulia GT e as suas versões Veloce viram os seus valores subir 200% em menos dez anos, sendo que pelo menos metade desta valorização ocorreu nos últimos três anos.

Se recuarmos um pouco mais, em 2006 a cotação de um Alfa Romeo 1750 GT Veloce primeira série (1967-69) como o deste ensaio era de 12 500 euros. Hoje o seu valor ronda os 50 mil euros.

É verdade que, dos modelos ditos normais (ficam de fora os GTC e GTA), o 1750 S1 são os mais apreciados pelo mercado, com uma pureza de linhas e um excelente motor.

O que mais se aproxima será o Sprint GT Veloce (1965-68), um pouco mais antigo e ainda com a frente inicial de dois faróis e pisca ao alto, designado “Scalino”. Uma cotação de 45 mil euros em perfeito estado é adequada.

O Giulia Sprint GT (1963-65) e 1300 Junior produzidos até 1968, também com a frente “Scalino” tem um valor entre os 35 e os 40 mil euros.

Logo a seguir temos o 2000 GT Veloce, a última evolução do Giulia GT, com maior potência, mas também produzido em maior quantidade e com alguns pormenores estéticos menos puros. Os valores dos melhores rondam os 35 mil euros, valores semelhantes aos de um 1750 GTV da segunda série.

Os GT 1300/1.3 GT e GT 1600/1.6 GT Junior produzidos após 1970, com uma estética diferente, valem actualmente entre 25 e os 30 mil euros.

Estes valores são apenas para os melhores exemplares e a cotação toma em linha de conta os valores praticados no mercado europeu.

Os Giulia Sprint GT nacionais

Um pormenor relevante é o de que em Portugal foram montados diversos exemplares pela Mocar na fábrica da Movauto, em Setúbal.

No mercado internacional, não existe qualquer motivo para estes exemplares terem o mesmo valor do que os exemplares produzidos em Itália. Todavia, podemos considerar que os exemplares produzidos cá durante a produção homóloga em Itália — e de acordo com as mesmas especificações — não terão uma desvalorização significativa.

Sucede porém que, após o 25 de Abril, a produção de modelos que já tinham deixado de ser fabricados em Itália (terminaram em 1977) foi retomada, tornando possível que surgissem vários 1.3 GT Junior, 1.6 GT Junior e GTV 2000 matriculados novos até ao início dos anos 80. Além disso, muitos destes exemplares eram praticamente montados ao gosto do cliente, com interiores e grelhas do GTV 2000 nos modelos com motor mais pequeno, por exemplo. Estes exemplares terão, em princípio, uma cotação significativamente inferior no mercado internacional, não deixando de ser importantes marcos históricos nacionais.

Valores dos Giulia GTA e GTC

Quanto aos modelos mais especiais, a cotação do Giulia GTC (1964-66), versão descapotável produzida em apenas 1000 unidades, a cotação rondará os 80 mil euros.

As versões GTA têm cotações à parte. Um GTA 1300 Junior (1968-75) vale cerca de 160 mil euros, um Sprint GTA Stradale (1965-69) cerca de 220 mil euros. Versões de competição com história podem valer consideravelmente mais.

Se as premissas do mercado se mantiverem, com a renovação da Alfa Romeo e mesmo o seu regresso à Fórmula, os valores desta carismática gama de modelos vão continuar a subir.

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