21 de abril de 1985. Passados 35 anos, esta data preenche ainda hoje a memória de todos os apaixonados do automobilismo. Acontecimentos que, não raras vezes, são usados como exemplo nas palestras de motivação e superação. Nada seria igual depois desse dia.

Portugal aguardava intensamente o início da tarde para ver, ao vivo ou na televisão, a segunda prova do mundial de Fórmula 1.

O Autódromo do Estoril e as atenções, naquela tarde, estavam centradas o “desconhecido” piloto, não-McLaren, que – de fato preto Lotus – tinha conquistado a pole position no dia anterior. Numa corrida disputada sob intensa chuva, o brasileiro Ayrton Senna viria a ganhar uma corrida épica e onde apenas o segundo classificado, o italiano Michele Alboreto, em Ferrari, viria a terminar na mesma volta, mas, mesmo assim, a mais de um minuto.

Ainda hoje recordamos proeminentes figuras do automobilismo da época. Um plantel de galácticos, diriam uns. Uma constelação de estrelas, admitem outros. Nomes como o do francês Alain Prost, do austríaco Niki Lauda (falecido no ano passado) ou do britânico Nigel Mansell perpetuaram-se até hoje. Nomes suficientes para nos recordar o melhor que a Fórmula 1 teve. Mas também Ayrton Senna, o menos premiado de todos naquela altura. Nunca tinha vencido uma corrida. Até àquele dia. Em Portugal.

O Lotus 97T/Renault Turbo, considerado um dos carros mais bonitos da história da Fórmula 1, que naquela tarde fez as delícias dos aficionados, agarrados ao seu televisor ou nas bancadas do Autódromo do Estoril, tornou-se intemporal. Tal como se tornou intemporal todo o merchandising que fez a delícia de gerações. Relógios, canetas, carros, posters, réplicas, originais e um sem número de objetos que preenchem, ainda hoje, muitas das galerias dos colecionadores. Mas foram os cigarros que mais se destacaram e ainda hoje perduram.

Não raras vezes, o prestígio associado àquele Lotus leva-nos às mais belas recordações daquela corrida. A primeira vitória no autódromo português daquele que viria a ser umas das mais brilhantes lendas da Fórmula 1 deixou uma marca bem profunda em Portugal. Em nota de rodapé, fica uma curiosidade. A marca de cigarros John Player Special Black – a mesma que “vestia” o carro que Senna guiou nesse dia – é líder de vendas em Portugal, o que não se verifica em mais nenhum outro mercado.

Inegável a força e o impacto no coração dos portugueses naquela tarde chuvosa de 21 de abril de 1985. Olhando hoje, à distância de 35 anos, somos obrigados a admitir que foi algo inimaginável e quase inacreditável. O Lotus John Player Special tinha ganho no Estoril!

João Pedro Lopes
Corporate Affairs da Imperial Tobacco (marca detentora da John Player Special)