A Baja TT de Idanha-a-Nova, penúltima prova do Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno AFN, agendada para os dias 7 (sexta feira) e 22 (sábado) de setembro, marca o início da segunda fase da temporada e pode definir o próximo campeão nacional.
O duelo entre Hélder Oliveira e João Ramos concita as atenções em torno desta baja da Escuderia Castelo Branco, que apresenta lista de 44 inscritos, entre eles os nomes mais sonantes do panorama atual do todo-o-terreno nacional e três equipas espanholas.
O piloto de Barcelos, uma vez mais ao volante do Mini Paceman preparado pela equipa Cattiva Sport e acompanhado pelo navegador Pedro Pires de Lima, subiu ao pódio em todas as provas já disputadas, somou três segundos lugares consecutivos em quatro provas, tem quatro pontos de vantagem em relação a João Ramos, situação que lhe permite acalentar a esperança de decidir o título já nesta prova.
Todavia, em termos concretos, uma vez que cada piloto tem de prescindir do pior resultado, a vantagem nessa contabilidade, após quatro provas. é do rival da Toyota, que tem 12 pontos (reais) de vantagem.
Para tentar alcançar a vitória que lhe falta, Hélder Oliveira preparou bem esta baja e revelou que «aproveitámos a fase de interregno do campeonato para fazer uma revisão maior no carro. Testámos a afinação e ajustámos o carro às características da prova».Quanto às contas do título, Hélder Oliveira sublinhou que «há uma hipótese de sermos campeões em Idanha, mas o objetivo principal é vencer ou fazer um lugar de pódio para ir para Portalegre em condições de lutar pelo título».
Para João Ramos, «o balanço das pontuações realizado e dos possíveis cenários das duas últimas bajas, conjugado como o facto de deitar fora o pior resultado, coloca-nos numa posição muito tranquila em relação aos nossos adversários».
O piloto da Topyota Hilux, o único que bisou esta temporada – triunfou nas bajas do Pinhal e de Gondomar –, adiantou que «contrariando o modo como gosto de encarar as provas, lutando pela vitoria, irei simplesmente gerir e controlar, pensando apenas na luta pelo título».
Na luta pelo triunfo vai estar, decerto, Tiago Reis, que ocupa o 3.º lugar no campeonato. O piloto do Mitsubishi Evolution Racing Lancer confessopu que «vamos entramos sem pressão para esta prova e sem nada a provar. Sabemos das nossas capacidades e vamos tentar surpreender de novo, aproveitando possíveis erros dos nossos adversários».
Ainda com hipóteses, embora meramente matemáticas, de chegar ao título, Pedro Ferreira (VW Amarok) revelou que «vou atacar desde início. Sei que posso andar num ritmo forte e por isso vou fazer o meu melhor para obter uma boa classificação».
A tarefa não vai ser fácil, uma vez que Alejandro Martins (Toyota Hilux), 4.º classificado no campeonato, vai tentar repetir o triunfo conquistado na Baja de Loulé para manter hipóteses na corrida para ser campeão.
«Sabemos que não dependemos, exclusivamente, de nós para nos mantermos na luta pelo título, mas que só ganhando o poderemos conseguir. É com esse espírito que partimos para esta prova e para isso teremos de estar muito concentrados», adiantou o detentor do título ibérico. «A minha equipa tem feito um trabalho impecável disponibilizando-me um carro em condições excelentes», sublinhou Alejandro Martins.
No lote de out-siders perfila-se outro piloto da alentejana MRacing, Paulo Rui Ferreira, igualmente em Toyota Hilux, e uma presença habitual nesta baja, marcada pelo regresso de Alexandre Franco, inscrito com o BMW X1 Proto.
A maior novidade da prova do clube albicastrense é a estreia de Nuno Matos ao volante da nova Ford Ranger EXR005D construída pelo fabricante português Extreme Raid. Trata-se de uma participação pontual e que surge de forma independente do novo projeto desportivo que o piloto portalegrense está a desenvolver para o campeonato de 2019.
O convite foi endereçado por Fernando Santos e «aceite de imediato com enorme satisfação», confessou Nuno Matos. «Depois do quarto lugar em Reguengos com o Mokka é bom poder voltar ao campeonato e logo a convite de um fabricante português», acrescentou o piloto.
«Temos vindo a testar a nova máquina e afinar os pormenores necessários para a prova de Idanha, uma vez que estamos muito motivados com este desafio, enquanto continuamos afincadamente a trabalhar no nosso novo projeto desportivo», finalizou o piloto alentejano.
Miguel Casaca (Nissan Navara) almeja dar continuidade à boa temporada que vem realizando; no pano inverso, Nuno Madeira (Kia Sportage) tenta reverter num bom resultado a série de azares que o têm atormentado esta época.
Luta em várias frentes
Na categoria T2, Rui Sousa (Isuzu D-Max) tem apenas a oposição de uma dupla espanhola, mas no T8 a luta antevê-se renhida: Mário Duarte, com dois triunfos, soma 61 pontos; Sebastião Dominguez tem 58: Com um triunfo, Hugo Raposo (56) e César Sequeira (45), com o piloto de Portalegre a somar os mesmo pontos de Mário Mendes.
Em relação à Taça de Portugal, Simão Comenda (Nissan Navara) tem dominado: o piloto de Montemor-o-Novo venceu as três últimas provas e somou 20 pontoas de vantagem.
Hugo Rodrigues (2.º classificado) conquistou apenas uma vitória.
No Desafio Total Mazda, Pedro Dias Silva lidera com 17 pontos de vantagem para Jorge Cardoso e 24 face a Bruno Rodrigues. Aliás, o piloto de Tomar ocupa o 6.º lugar no campeonato em termos absolutos.
Figurino da prova assente em duas etapas
A Baja TT de Idanha-a-Nova tem início na próxima sexta-feira (dia 7 de setembro) e um figurino de duas etapas (total de 413,03 km).
Na sexta-feira, cumpre-se o prólogo (7,14 km), junto ao santuário da Senhora do Almortão, e o primeiro setor seletivo (SS) de 85,44 km.
No sábado (dia 8 de setembro), os concorrentes vão ter pela frente, de manhã, 140,29 km ao cronómetro; à tarde, o derradeiro setor (179,90 km).
O parque de assistência estará instalado na zona industrial de Idanha-a-Nova.
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