Tal estatuto assume justificada importância na sequência da amputação que sofreu o campeonato deste ano – de seis para cinco provas — face à (inesperada) não realização da Baja Douro Verde, facto que ditou, pela reincidência em curto espaço temporal, a suspensão do GAS em termos organizativos neste âmbito, decidida pela FPAK.
O centro nevrálgico da prova levada a cabo pelo novel CPKA (Clube de Promoção do Karting e Automobilismo) é a cidade de Beja e muito em concreto o amplo centro de feiras e exposições, que acolhe, anualmente, a Ovibeja.
O Baixo Alentejo, região com imensas potencialidades para o todo-o-terreno, volta deste modo, a ser palco de uma prova que conta com alguns dos melhores valores nacionais, anos volvidos sobre o Rali TT Montes Alentejanos/Baja Cidade de Beja e o internacional Transibérico.
Com a fase derradeira do Campeonato de Portugal no horizonte – faltam duas provas – a participação nesta Baja assume o caráter de teste para vários pilotos e de verdadeiro exame para a organização, estreante em tais andanças.
Esta prova tem condições magníficas para se impor no panorama nacional, razão pela qual a oportunidade é soberana para preencher a lacuna existente no calendário.A aposta do campeão João Ramos
Na lista de 25 inscritos, destacam-se alguns dos maiores animadores do Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno (CPTT): João Ramos (Toyota Hilux); Nuno Matos (Fiat Fullback Proto); Nuno Madeira (Kia Sportage), Miguel Casaca (Mitsubishi Racing Lancer CCX Proto), com assistência da ARC Sport; César Sequeira (Mini Cooper D Proto); Manuel Correia (Mitsubisbi HRX), bem como os pilotos da MRacing, Paulo Rui Ferreira (Toyota Hilux) e o espanhol Luis Recuenco no Mini All4 Racing/X-Raid, ao volante do qual Nasser Al Attyah venceu o Dakar de 2015.
Na categoria T2, Nuno Corvo (Nissan Pathfinder), atual vice-líder do campeonato, João Ferreira (Toyota land Cruiser) e Sérgio Palminha (Isuzu D-Max) surgem entre os inscritos.
Para João Ramos, é o regresso à competição após o honroso 6.º lugar na Baja de Espanha/Aragón, resultado moralizador e que comprovou a fiabilidade da Toyota Hilux.
O atual campeão nacional sublinha a importância da participação na prova no Baixo Alentejo, pelo facto de «esta baja poder vir a integrar o campeonato. Assim, será importante o contacto prévio com os percursos da região para que se recolham referências valiosas para futuro. Esta baja desenrola-se uma zona muito interessante e com imensas possibilidades para a prática do Todo-o-Terreno. Por isso, não podíamos deixar de estar presentes».
Outro campeão nacional absoluto (2016) presente é o alentejano Nuno Matos. Para o piloto do Fiat Fullback Proto, «em vez de recorrermos a testes para recuperar ritmo, optamos por realizar esta prova, uma vez que podemos testar em ambiente competitivo, mas sem entrar em excessos que nos exponham a riscos desnecessários, porque passado quinze dias temos a Baja de Idanha-a-Nova e essa é a nossa prioridade».
Nuno Matos vai contar com um carro totalmente revisto, experimentar algumas afinações e testar novos pneus da cinquentenária Fedima, marca que acompanha o piloto de Portalegre há uma dúzia de anos.
«Vai ser um bom treino, mas muito exigente, porque temos de conseguir ser rápidos, mas garantir que levamos o carro até ao fim sem problemas, o que vai exigir-nos concentração extra», acrescentou Nuno Matos.
Percurso a sul da urbe bejense
A cerimónia (simbólica) de partida, marcada para as 20 horas do dia 6 de setembro (6.ª feira), frente à Casa da Cultura de Beja e das piscinas municipais, marca o início do programa desta Baja com 305,60 km ao cronómetro, e que tem João Luz como diretor de prova.
No sábado, o prólogo (6,3 km) desenrola-se (11.00 horas) nos arredores de Santa Clara do Louredo, a sul de Beja.
O 1.º setor seletivo (149,65 km) tem início às 15.30 horas e desenrola-se nos concelhos de Beja, Mértola, Castro Verde e Aljustrel.
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