O triunfo da dupla do Citroën C3 R5 colocou ponto final num longo período sem vitórias, uma vez que a última fora conquistada em 2019 no Rali Vidreiro/Centro de Portugal.
O regresso do Campeonato de Portugal de Ralis às estradas do continente não podia ter sido mais empolgante, de tal modo renhida foi a luta pela triunfo, protagonizada por Armindo Araújo (Skoda Fabia Rally2 Evo), líder após a 1.ª etapa, com escasso 1,0 segundo de vantagem para Bruno Magalhães, que esteve no comando da 4.ª à 7.ª classificativa e, desde então e até final por José Pedro Fontes,
Três líderes em nove classificativas neste rali em que a diferença entre os dois primeiros nunca foi superior a 4,0 segundos!
O troço final, Boticas/Vidago (12,8 km) com estatuto de power stage, acabou por ser decisivo. Bruno Magalhães, em toada de forte ataque ao longo da 2.ª e última etapa, chegou a dar a sensação de poder repetir o triunfo de 2020, mas José Pedro Fontes forçou ainda mais o andamento e acabou por conquistar a vitória com 3,5 segundos de vantagem para a dupla do Hyundai i20 R5.
«Entrámos no rali com algumas cautelas para não correr riscos mas logo percebemos que podíamos tirar muito mais do nosso C3 Rally2, um carro que a nossa equipa técnica preparou na perfeição e que se mostrou impecável ao longo do rali, sem que se registassem quaisquer mínimos problemas que nos limitassem», referiu o vencedor.A suspirar pelo novo Hyundai i20 N Rally2, cuja estreia está prevista para o próximo rali, Bruno Magalhães voltou a estar em grande plano.
«Saímos satisfeitos, uma vez que estivemos na luta e fomos muito competitivos. Depois deste resultado, seguimos extremamente confiantes para as próximas provas, sublinhou Bruno Magalhães.
Armindo Araújo (Skoda Fabia Rally2 Evo) completou o pódio e manteve a liderança do CPR, em que Ricardo Teodósio continuou na 2.ª posição, mantendo a diferença de quatro pontos para o topo, enquanto Bruno Magalhães reduziu para 12 pontos a distância em relação ao primeiro lugar.
O piloto de Santo Tirso perdeu a liderança logo no arranque da derradeira etapa e no final manifestou o seu desapontamento pelo 3.º lugar. «Queríamos e trabalhámos muito para sair deste rali com uma margem mais dilatada na liderança do campeonato. Estivemos na luta pela vitória, mas não conseguimos somar o maior número possível de pontos e acabámos por manter a mesma margem na frente do campeonato», referiu Armindo Araújo.
«Tentámos andar sempre o mais rápido possível, mas não tinha referências para saber onde e porquê estava a perder nalguns troços. . Algumas zonas vitais de alguns troços estavam demasiado sujas, e isso pode explicar algumas coisas. Para a power stage mudei a afinação do carro e as coisas resultaram», explicou o piloto do Skoda Fabia Rally2 Evo.
Quanto ao título, Ricardo Teodósio adiantou que «está tudo em aberto para as três provas que faltam».
Daniel Nunes e a evolução do Ford Fiesta Rally 3
Em bom plano esteve a dupla Daniel Nunes/Nuno Mota Ribeiro (Ford Fiesta Rally3.
«O nosso objetivo era claro: testar soluções e evoluir o carro. Foi precisamente isso que fizemos. Experimentámos diferentes afinações e percorremos bastantes quilómetros, o que aumentou o nosso à-vontade e confiança com o carro, permitindo explorar e descobrir novos limites», sublinhou Daniel Nunes.
Uma das conclusões retiradas foi a necessidade de alterar o rapport da caixa de velocidades: «terá de ser revisto, para permitir uma melhor gestão da potência disponível nas quatro rodas motrizes. Mas esta é a grande importância das provas de teste e sabemos que após este rali o carro atingiu um novo patamar de desenvolvimento», acrescentou Daniel Nunes.
O triunfo nas duas rodas motrizes pertenceu a Carlos Fernandes/Valter Cardoso (Peugeot 208 Rallye 4), enquanto nos Clássicos a vitória foi de Nuno Carreira/Danny Carreira (Subaru Impreza) e nos GT para Vítor Pascoal/Ricardo Faria (Porsche 911 GT3 Cup).
A dupla Miguel Abrantes/Filipe Carvalho impôs-se na Kia Rally Cup.
No Campeonato de Ralis do Norte, triunfou a dupla Fernando Peres/Joé Pedro Silva (Mitsubishi Lancer Evo IX).
Classificação final
2.º Bruno Magalhães/Carlos Magalhães (Hyundai i20 R5), a 3.5s
3.º Armindo Araújo/Luís Ramalho (Skoda Fabia R5), a 12.5
4º Ricardo Teodósio/José Teixeira (Skoda Fabia R5), a 15.6
5.º Bernardo Sousa/Vítor Calado (Skoda Fabia R5), a 1m14.2s
6.º Iago Caamaño/Javier Varela (Citroen C3 R5), a 2.51.9
7.º Manuel Castro/Ricardo Cunha (Skoda Fabia R5), a 3.23.6
8.º Carlos Fernandes/Valter Cardoso (Peugeot 208 Rallye4), a 4.19.2
9.º Luís Delgado/Jorge Henriques (Peugeot 208 Rallye4), a 4.22.9
10.º Paulo Neto/Vítor Hugo (Skoda Fabia R5), a 4.23.5
Campeonato (após 5 de 8 provas)
1.º Armindo Araújo, 105 pontos
2.º Ricardo Teodósio, 101
3.º Bruno Magalhães, 93
4.º José Pedro Fontes, 84
5.º Bernardo Sousa, 67
Próxima prova:Rali Serras de Fafe e Felgueiras, dias 2 e 3 de outubro