No final, a diferença de 12,5 segundos não espelha a luta sem tréguas, ao décimo, travada pelos dois maiores protagonistas da prova da Escuderia – que não contou com participação de João Barros, apesar de inscrito — e que revelaram, desde início, um andamento muito superior aos restantes adversários.
À entrada para a derradeira secção (38 km ao cronómetro), Armindo Araújo, vencedor de seis das 10 classificativas, tinha escassos 2,78 segundos de vantagem para o piloto algarvio.
O momento-chave do rali aconteceu na 2.ª passagem por Paiágua-Pé da Serra, troço em que Armindo Araújo superou Ricardo Teodósio por 5,4 segundos e aumentou a distância para 8,1 segundos.
«Entrámos ainda mais fortes durante a tarde. Penso que trabalhámos bem as afinações do Hyundai para andar rápido nas zonas sujas e isso deu-nos confiança para atacar», explicou Armindo Araújo.
A partir daí, estava desenhado o triunfo do piloto apoiado pela Hyundai Portugal, que deste modo entrou com o pé direito na fase de asfalto do campeonato e assinou a 19.ª vitória da conta pessoal na região em que conquistara o primeiro triunfo da bem sucedida carreira.
«Vencer era o nosso grande objetivo e este triunfo foi, sem dúvida, importante para as contas do campeonato e dá ainda maior motivação para a fase decisiva da época», sublinhou Armindo Araújo, que somou, pela segunda vez consecutiva esta temporada, o máximo de pontos.
Um excelente desempenho não foi, todavia, suficiente, par Ricardo Teodósio voltar a ganhar em Castelo Branco.
«O resultado é positivo. não podemos negá-lo, mas gostávamos de ter ganho, pois fizemos para isso. Tentámos, a todo o custo, minimizar a diferença que tínhamos para o Armindo, mas na parte da tarde os troços estavam muito sujos», referiu Teodósio.
O pódio ficou completo com a dupla Miguel Barbosa/Jorge Carvalho (Skoda), após despique renhido com José Pedro Fontes/Inês Ponte. No final, 1,1 segundos marcavam a diferença, depois de a vantagem ter sido favorável em 7,4 segundos ao piloto do Citroën no final da 1.ª etapa.
«Foi difícil, como é óbvio, pois o José Pedro Fontes é um especialista no asfalto, mas queríamos chegar ao pódio. No entanto, cedo percebemos que iria ser difícil acompanhar o ritmo do Armindo e do Ricardo. Fizeram um grande rali, estiveram um furo acima e restou-nos lutar pelo último lugar do pódio», referiu Miguel Barbosa.
Desalentado, José Pedro Fontes confessou:
«Pura e simplesmente não conseguimos lá chegar. O carro está ótimo, acho que imprimi um bom ritmo, mas que não foi suficiente para suplantar os nossos rivais», confessou o piloto do Citroën.
Na estreia com o Hyundai no asfalto, Bruno Magalhães teve de contentar-se com o 5.º lugar.
«Foi um rali difícil», sublinhou o piloto que ao longo do rali foi alterando as afinações do carro. «Nesse sentido, foi uma prova importante para recolhermos informação que nos poderá ser útil no futuro».
Pedro Almeida assinou mais um bom resultado – 6.º lugar – após atuação consistente na estreia com o Skoda em pisos de asfalto.
«Viemos a este rali descobrir afinações e tentar andar o mais rápido possível. Acho que este foi um bom resultado, logo atrás dos cinco primeiros classificados», sublinhou o piloto de Famalicão, que sublinhou: «Já não somos os primeiros do segundo pelotão, mas estamos sim, seguramente, dentro do primeiro»,
Daniel Nunes (Peugeot 208 R2) dominou 2 RM
Daniel Nunes (Peugeot 208 R2) foi a estrela maior entre os pilotos de carros de duas rodas motrizes (2 RM).
O piloto do Peugeot venceu com uma vantagem superior a um minuto para Gil Antunes (Renault Clio).
«Entrámos com um ritmo extremamente forte conseguimos fazer o pleno, ao ganhar as dez especiais. Era o que pretendíamos. Fizemos um excelente trabalho a nível de afinações e na escolha de pneus», referiu Daniel Nunes.
Paulo Neto (Citroën) concluiu uma prova em que não começou da melhor forma, ao furar logo na especial inaugural. Depois, foi recuperara até ao pódio.
Outros vencedores
Nelson Trindade (Mitsubishi Lancer Evo X) venceu o Agrupamento de Produção; Hugo Araújo (Kia Picanto) estreou-se no CPR com um vitória na categoria em RC5; Fernando Teotónio (Mitsubishi Lancer Evo X) ganhou a prova do Campeonato Centro de Ralis.
Campeonato
1.º Ricardo Teodósio, 110,18 pontos
2.º Armindo Araújo, 87,44
3.º Bruno Magalhães, 65
4.º Miguel Barbosa, 56,82
5.º Ricardo Moura, 46,39
6.º Pedro Almeida, 42
7.º José Pedro Fontes, 38,18
8.º António Dias, 27
9.º Miguel Correia, 22
10.º Paulo Meireles, 18
Próxima prova: 60.º Rali Vinho da Madeira, dias 1a 3 de agosto
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