Ambos foram os grandes protagonistas da prova do Clube Automóvel do Centro, presenciado por muito público, tendo alternado por quatro vezes na liderança, Nas oito classificativas, a maior diferença registada entre os dois primeiros foi de 4,4 segundos – após a 4.ª especial, tendo entrado para o derradeiro troço separados por 0,3 segundos com a vantagem a pertencer ao algarvio.
Mas, em S. Pedro de Moel-3, o piloto do Citroën foi mais forte e ganhou 0,9 segundos ao obstinado adversário, à média de 122,88 km/hora (!), conquistou o segundo triunfo consecutivo da temporada e reentrou de forma mais direta na luta, a quatro, pelo título.
José Pedro Fontes ganhou o maior número de classificativas – três – e assinou a 15.ª vitória da carreira – igualou Joaquim Moutinho no ranking de triunfos – e sublinhou que «qualquer um de podia ser um justo vencedor. O Ricardo Teodósio deu uma réplica fortíssima e foi um herói, e o Bruno Magalhães também podia ter ganho»,
Prova estoica do líder do CPR
Este rali perdurará, certamente, na memória de Ricardo Teodósio, muito em especial pelas deficientes condições físicas em que alinhou: vítima de violento despiste numa sessão de testes em que participava com o francês Éric Camilli, que saiu igualmente algo maltratado, o piloto do Skoda fraturou duas costelas.
«Foi um rali muito bom e uma grande luta, pois o José Pedro Fontes obrigou-me a andar sempre a fundo», sublinhou o líder do Campeonato de Portugal de Ralis (CPR), grato aos médicos do hospital de Leiria, Sandra Ferraz – que há um ano valeu a Carlos Vieira após o terrível acidente do piloto minhoto – e João Faria, ao massagista Ricardo Miranda, precioso na recuperação física durante as pausas do rali, e ao navegador José Teixeira, «que nunca deixou que eu baixasse os braços».
Ricardo Teodósio utilizou o Skoda Fabia ex-Miguel Barbosa, enttertanto adquirido por um piloto da região de Sintra.
O último lugar do pódio pertenceu a Bruno Magalhães, com o piloto do Hyundai a estar sempre na luta pela vitória, terminando a 8,2 segundos do vencedor.
«Andei nos limites e este resultado acaba por ser bom, uma vez que não participava há dez anos neste rali e os troços eram desconhecidos para mim».
Penalizado pela pouca eficácia da calandra de faróis na passagem noturna por s. Pedro de Moel — «a visibilidade era de escassos dez a vinte metros» — Pedro Meireles fez um rali de trás para a frente e terminou no 4.º lugar, apesar de problemas de travões na secção matinal. «O pedal, muito esponjoso, obrigava a travar mais cedo», explicou o piloto do VW Polo.
Campeão aquém das expectativas
O campeão nacional Armindo Araújo teve um rali para esquecer, Começou a perder terreno logo na fase inicial e não mais recuperou; pelo contrário acumulou um prejuízo traduzido no 5.º lugar, a 1m 19s de Fontes.
«Este resultado complica e muito as contas do campeonato. Foi péssimo. Não acertámos com as afinações do carro, que não estava rápido», justificou o piloto do Hyundai, que no final da manhã do último dia confessava ao MOTOR 24:
A acusar «falta de ritmo» e com uma atuação a decrescer para o final, João Barros colocou o Skoda Fabia na 6.ª posição. «Andei um pouco amis longe do que desejava em relação aos pilotos da frente. Não estava nos meus dias», confessou o piloto de Paredes.
Sempre a evoluir, Pedro Almeida (Skoda Fabia) em dupla com Miguel Ramalho foi 7.º classificado. O campeão açoriano Luís Miguel Rego (Ford Fiesta); Manuel Castro (Hyundai i20) e Miguel Correia (Skoda Fabia) completaram por esta ordem o top 10.
A dupla Gil Antunes/Diogo Correia (Renault Clio RS R3T) dominou nas 2 Rodas Motrizes.
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Campeonato
1.º Ricardo Teodósio, 140,42 pontos
2.º Bruno Magalhães, 132,36
3.º Armindo Araújo, 116,94
4.º José Pedro Fontes, 114,10
5.º Miguel Barbosa, 70,82
Próxima prova: Rali Casinos do Algarve, dia 1 e 2 de novembro.
