Rali Vidreiro Centro de Portugal/Marinha Grande dá nova vida ao Pinhal do Rei

30/05/2018

A dupla Pedro Meireles/Mário Castro (Skoda Fabia R5) venceu, m 2017, o rali do CAMG
 

As chagas do tenebroso incêndio do dia 15 de outubro do ano passado ainda lá estão, na mata nacional que se estende ao longo da costa oeste, a norte da Nazaré, mas o Clube Automóvel da Marinha Grande (CAMG) tentou – e foi bem sucedido – que o Pinhal do Rei, mandado plantar por D. Dinis no longínquo século XIII, não caísse no esquecimento.

Nuno Jorge, presidente do CAMG, justificou a aposta com o facto de «as nossas matas terem sofrido muito no ano passado. Perdemos algo importante e todos nós sentimos isso. Dessa forma, é importante que, este ano, o rali se realize no interior das matas».

A mancha hoje negra e decrépita, carente de reflorestação, vai ser, de novo, palco do Rali Vidreiro Centro de Portugal /Marinha Grande 5.ª prova do Campeonato de Portugal e primeiro braço de ferro em asfalto entre os candidatos ao título.

Para Tiago Nunes, diretor de prova, «o incêndio do passado dia 15 de outubro obrigou-nos a mudar um pouco o figurino do rali, mas os troços que vamos realizar na mata são a forma que encontrámos para homenagear o Pinhal do Rei».

A prova terá início na sexta-feira (dia 8 de junho), às 17 horas.

O troço de S. Pedro de Moel, com início junto ao parque de campismo da Orbitur, será percorrido em dupla passagem — 17.00 horas e 19,15 horas — através do que restou do pinhal. É uma das novidades do rali.

O dia terminará com a superespecial (21.05 horas) no centro da cidade vidreira.

No sábado (dia 9 de junho), a abrir, outra novidade significativa e, igualmente carregada de simbolismo: após a saída do parque de assistência, junto ao Estádio Municipal, – 8.40 horas — os concorrentes cumprirão a primeira de três passagens pela classificativa Pinhal do Rei – 9.40 horas; 12.40 horas e 16.45 horas.

Após essa passagem inicial pelo pinhal, a prova desloca-se para norte, rumo ao concelho de Pombal, onde se realizam as especiais de Mata Mourisca (10.45 horas e 14.50 horas — e Assanhas da Paz – 11.25 horas e 15.30 horas).

Ao todo, duas etapas com um total de 461.18 km de extensão, dos quais 110.20 km ao cronómetro divididos por 10 classificativas, para trazer, de novo, cor e vida a um palco pintado de negro, até outubro passado considerado o «pulmão de Portugal».

A exemplo do que sucedeu, com pleno êxito, o ano passado, a cerimónia de entrega de prémios decorrerá em S. Pedro de Moel.

Para o piloto marinhense Rafael Cardeira, «um rali, que passa pela mata e que acaba virado para o mar, é único. Ninguém no mundo consegue montar um rali assim, sublinhou».

Um esforço grande feito pela Câmara Municipal e pelo CAMG para manter o rali no pinhal. Por isso, Rafael Cardeira tem um desejo:

«Espero que a quantidade de público ao longo do percurso permita esconder toda a área queimada».