A Audi e a Porsche vão entrar na Fórmula 1 a partir de 2026, altura em que entrarem em vigor as novas regulamentações respeitantes aos motores de nova geração para a modalidade. A confirmação foi dada por Herbert Diess, CEO do Grupo Volkswagen, do qual aquelas duas marcas fazem parte, numa entrevista à agência Reuters.

A especulação em torno da entrada do Grupo Volkswagen já leva décadas, tendo sido durante muito tempo um dos desejos do antigo detentor dos direitos comerciais da modalidade, o britânico Bernie Ecclestone. Porém, apenas agora chega a confirmação de que a Audi e a Porsche irão entrara na Fórmula 1 em 2026.

Se ambas as marcas têm um passado rico no desporto automóvel, para a Porsche será um regresso à modalidade depois de já lá ter passado como fornecedora de motores. Já a Audi fará a sua estreia depois de ter mostrado a sua competência ao longo de diversas edições das 24 Horas de Le Mans com múltiplos triunfos à geral.

A forma como as duas marcas irão entrar na Fórmula 1 tem ainda poucos dados concretos públicos, mas sabe-se que a entrada de Audi e Porsche apenas se fará em 2026 quando a regulamentação de motores se alterar. A opção por combustíveis sintéticos mantendo os motores de combustão interna, aliada à popularidade crescente da Fórmula 1 com o alargamento para outros mercados, como o americano (em 2023, a modalidade terá três provas em solo americano) ajudou a esta decisão.

Segundo Diess, a preparação da Porsche está algo mais adiantada, naquilo que apelida de “janela tecnológica” valiosa para testar novas tecnologias.

Hipóteses em cima da mesa

Os rumores mais recentes davam conta de duas vias para a Audi e para a Porsche. Em meados de 2021, surgiu a informação – prontamente negada – de que a Audi estaria prestes a firmar um acordo com a McLaren para adquirir a equipa, sendo esta uma possibilidade em cima da mesa para a marca de Ingolstadt. Já a Porsche tem sido falada como potencial parceira da Red Bull, equipa que tem estado na linha da frente da F1 desde 2009, ganhando títulos da modalidade com a Renault e Honda como fornecedores de motores.

A Porsche traria um benefício de conhecimento quanto aos combustíveis sintéticos, atendendo à aposta da marca germânica neste capítulo, além de uma valiosa alavanca em termos de notoriedade, criando-se assim uma parceria entre duas das marcas mais famosas do mundo.

Programas paralelos em equação

De resto, ambas as marcas contam com programas paralelos de competição em vigor ou em desenvolvimento, sendo de esperar mudanças nos planos atuais. A Porsche está presente na Fórmula E, competição de monolugares elétricos, de onde a Audi saiu no ano passado para se concentrar noutros programas desportivos, nomeadamente, na criação de um e-tron quattro para utilizar no Rali Dakar, com a estreia em janeiro deste ano a trazer resultados promissores, mesmo que não o triunfo na prova, que ficou para o Toyota de Nasser Al-Attiyah.

Porsche LMDh, Barcelona (E) Test

Ambas coincidem, porém, nos planos de regresso ao Mundial de Endurance (WEC) e às 24 Horas de Le Mans, havendo muitos mais detalhes e já testes oficias da Porsche com o seu novo carro LMDh de categoria cimeira. O que leva a crer que a Audi poderá anular este seu projeto depois de ter anunciado o interesse no regresso à modalide de resistência.