Baja TT do Pinhal: Nuno Matos impôs-se com autoridade

24/03/2019

A dupla Nuno Matos/Pedro Marcão estreou de modo auspicioso o Fiat Fullback Proto
O regresso de Nuno Matos, em dupla com Pedro Marcão, ao Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno AM48 com um programa completo não podia ter sido mais auspicioso: o piloto de Portalegre, campeão nacional em 2016, estreou de modo retumbante o Fiat Fullback Proto ao impor-se na Baja do Pinhal, prova encurtada na sequência da deflagração de um violento incêndio na região de Proença-a-Nova.

A prova da Escuderia Castelo Branco correu de feição a Nuno Matos, vencedor de dois dos três setores cronometrados.

O primeiro líder da prova foi João Ramos, protagonista de uma queda de mota quando reconhecia o traçado do prólogo. Mesmo em inferioridade física – fraturou duas costelas – o piloto da Toyota Hilux acabou por ser derrotado pela mecânica, quando os pernos de uma roda cederam no final do setor inicial.

Avantagem conquistada por Nuno Matos no final do primeiro dia de prova – 5m 47s – foi ampliada de modo substancial na manhã do último dia e passou para 15m 02s. O triunfo do piloto alentejano desenhava-se no horizonte, quando as diferenças eram significativas entre os primeiros classificados.

Entretanto, a eclosão de um forte incêndio acabou por encurtar para 38,17 Km o último setor cronometrado, cuja extensão prevista era de 107 km. Desse modo, o percurso da prova foi cumprido em 75 por cento – o mínimo regulamentar — viabilizando a homologação do resultado final.

Na estreia do Fiat Fullback Proto, a dupla Nuno Matos /Pedro Marcão soube gerir a vantagem até final e conquistar significativo triunfo.

«Uma estreia de sonho», classificou o piloto. «Foi uma prova fantástica, de início ao fim, sem qualquer tipo de percalço. No primeiro dia começámos muito bem com um excelente tempo no prólogo. O início do primeiro sector também foi muito bom. Estávamos todos presos por poucos segundos. Acho que a corrida começou com um ritmo fantástico», sublinhou Nuno Matos.

Na última etapa, «após a vantagem que conseguimos na véspera e como beneficiámos com alguns percalços dos nossos adversários, o andamento foi diferente», explicou o vencedor no final de «uma prova que, seja pela distância, seja pelos pisos, foi uma das mais duras que o nosso campeonato conheceu nos últimos anos».

Para Nuno Matos, «voltar a um campeonato tão competitivo como o nosso, estrear um novo carro e conquistar uma vitória é, sem dúvida, a melhor forma de agradecer a todos os que nos têm apoiado ao longo do anos».

Nuno Matos partiu para o último dia de prova na frente, com Alexandre Ré e André Amaral, segundo e terceiro, respetivamente.

O piloto de Barcelos entrou bem no SS2 e ascendeu ao segundo lugar, mas sem argumentos para ameaçar a liderança de Nuno Matos, ascendeu ao segundo posto. Todavia, um problema na embraiagem da Ford Ranger levou a equipa a cometer um erro, a capotar, e impediu-a de sonhar com um lugar no pódio. Apesar de tudo, conseguiu terminar em 5.º lugar.

Alexandre Ré entrou para a derradeira etapa na vice-liderança, mas alguns problemas na VW Amarok impediram o piloto aveirense de lutar pela vitória.

A recuperação de Tiago Reis só parou no pódio

O último dia desta baja ficou assinalado pela vistosa recuperação de Tiago Reis, que subiu seis lugares após os problemas que o atormentaram na 1.ª etapa.

Sempre ao ataque, o piloto do Mitsubishi Racing Lancer terminou a prova com o triunfo no encurtado setor que fechou esta baja e conquistou por 29 segundos o último lugar do pódio.

Excelente recuperação de Tiago Reis/Valter Cardoso (Mitsubishi Racing Lancer) premiada com o 3.º lugar

Na 1.ª etapa, Tiago Reis perdeu mais de vinte minutos, devido a um problema que obrigou uma paragem ao quilómetro 62 do SS1, tendo descido para o 21.º lugar. Até final do dia subiu ao 10.º posto,

«Entrámos muito bem na prova, mas a dada altura sentimos que o carro tinha algum problema. Tivemos de parar para substituir a correia do alternador e a partir daí fizemos o que tínhamos que fazer para recuperar o máximo de lugares possíveis», explicou o piloto do Team Transfradelos.

No derradeiro dia, o pior foi rodar no pó de um concorrente que seguia à sua frente e que não conseguiu ultrapassar. O piloto de Famalicão perdeu algum tempo, mas sobretudo correu riscos que considerou «serem perfeitamente desnecessários. É uma situação que a entidade federativa deveria ter mais atenção, pois torna-se demasiado perigoso andar imensos quilómetros sem visibilidade».

De qualquer modo, Tiago Reis foi o mais rápido no encurtado setor de fecho e confessou «estar satisfeito com o ritmo que apresentamos nesta primeira prova e o terceiro posto final acaba por ser muito bom dados os percalços que sofremos. Saímos daqui muito confiantes para a próxima prova», acrescentou.

O famalicense foi mais forte no duelo com Pedro Dias da Silva, vencedor do Desafio Mazda em 2018. O piloto de Tomar sofreu dois furos no 1.º dia e debateu-se com outros problemas que o impediram de ir além do 4.º lugar, à frente de André Amaral.

Pedro Dias da Silva e José Janela estrearam a Ford EXR05 Proto com o 4.º lugar

«Forçámos o andamento, mas infelizmente, não conseguimos garantir o terceiro lugar.», referiu Pedro Dias da Silva algo resignado.

«Ainda assim, só tenho razões para estar satisfeito e toda a equipa de parabéns. Asseguramos os primeiros pontos na prova em que estreámos um carro novo. Sabemos que temos uma enorme margem de progressão e agora há que aproveitar o que aprendemos para fazer ainda melhor nas próximas provas», acrescentou o piloto da cidade dos Templários.

João Rato e Nuno Corvo: os outros vencedores

Na categoria T8, João Rato impôs-se ao volante de um Bowler Wildcat. O piloto completou a prova na 6.ª posição da classificação absoluta e concretizou o objetivo a que se tinha proposto: ganhar a sua categoria.

Nuno Corvo também esteve em destaque, em dupla com José Camilo Martins, entre os modelos mais parecidos com as viaturas de série. Ao volante do Nissan Pathfinder, foi o melhor dos T2.

Tiago Santos, em Land Rover Defender, venceu a prova pontuável para a Taça de Portugal.

Organização colaborou na extinção do incêndio

Em comunicado, a Escuderia Castelo Branco salienta que «colaborou de forma ativa com a Proteção Civil, com a Guarda Nacional Republicana e com os Bombeiros Voluntários de Proença-a-Nova, os únicos envolvidos no combate às chamas».

O clube organizador refere, nomeadamente, que «o incêndio começou quando os concorrentes de motos estavam em competição. Assim que os comissários se aperceberam da coluna de fumo avistada à distância, alertaram a direção de corrida e as autoridades, que rapidamente acionaram o dispositivo de combate».

De acordo com o referido comunicado, «os bombeiros que estavam ao serviço da segurança da Baja TT do Pinhal foram imediatamente colocados ao serviço do comando responsável pela estratégia de ataque ao incêndio».

Ver mais em:

http://cptt.cronobandeira.com/index.php?lang=0&evento=1&local=240&rfr=1&idx=1

https://www.escuderiacastelobranco.pt

http://www.fpak.pt/

Próxima prova: Baja TT de Loulé, dias 13 e 14 de abril