A pandemia de Covid-19 poderá ter um impacto bastante severo na Fórmula 1, colocando em risco a sustentabilidade de algumas equipas. O responsável da McLaren, Zak Brown apela a uma reformulação dos princípios financeiros da modalidade sob pena de algumas formações fecharem as portas em definitivo.

Com uma parte do calendário para 2020, originalmente composto por 22 corridas, praticamente adiado, as equipas vão fazendo contas ao seu negócio, não só pelo facto de haver menos receitas decorrentes dos direitos de participação e televisivos, mas também pelos impactos ao nível dos patrocínios.

Em entrevista à BBC Sport, Zak Brown foi interrogado se via de forma realista o desaparecimento de duas equipas, respondendo que, “na verdade, poderia ver quatro equipas a desaparecer se a situação não for lidada da forma mais correta”.

“Isto é potencialmente devastador para as equipas e se o é suficientemente para as equipas – que não tem significar mais do que duas – então é bastante ameaçador para a F1 como um todo. Por isso, penso que a F1 está num estado muito frágil neste momento”, acrescentou.

Recorde-se que, em virtude dos problemas com diversas corridas anuladas ou adiadas, a F1 já adiou a introdução de novos regulamentos na modalidade para 2022 (inicialmente, previa-se em 2021), pelo que os chassis deste ano vão também ser utilizados em 2021. Porém, a introdução de um teto orçamental na modalidade já em 2021 – de 150 milhões de dólares por ano – poderá ter de ser reajustada, de acordo com Zak Brown, para um valor ainda mais baixo, de 100 milhões, excluindo dessa maquia os salários dos pilotos.

“Toda a gente está nos 150 milhões de dólares e a grande maioria – incluindo uma das grandes equipas – está disposta a descer substancialmente desse valor”, acrescentou ainda, deixando claro que “não creio que haja alguém na F1 que compita apenas para fazer número”. Explicou, por isso, que a decisão de colocar ao pessoal da McLaren em ‘lay-off’ foi tomada com o intuito de ajudar a sustentabilidade da formação de Woking num período em que as receitas são escassas.