Sempre com a ameaça da Covid-19 a pairar sobre o pelotão competitivo do Dakar, a edição de 2021 arrancou este sábado, pela segunda vez na Arábia Saudita. Nasser Al-Attiyah (Toyota) e Ricky Brabec (Honda) venceram o Prólogo da prova, que este ano contará com um total de 15 portugueses em contenda.
À partida para esta edição de 2021 do rali mais duro do mundo estavam 498 participantes, repartidos entre 286 veículos, dos quais 64 carros, 61 veículos ligeiros (incluindo 44 SSV), 101 motos, 16 quads e 44 camiões. Pela frente, um tortuoso trajeto de 8000 quilómetros que pretende colocar à prova o fator humano e mecânico. Por outro lado, a edição deste ano contará com um reforço na segurança, algo que se tornou fundamental após os acidentes fatais do ano passado, sofridos por Paulo Gonçalves e Edwin Starver.
Assim, este ano, os motards contarão com algumas restrições ao nível da utilização dos pneus traseiros (seis para toda a prova), de forma a moderarem o ritmo, mas também com um importante airbag no seu fato de competição, que pretende evitar lesões graves em caso de queda a alta velocidade. Se esta medida parece ser consensual, outra está a ser alvo de maior debate entre participantes e adeptos – a limitação da velocidade máxima nas especiais para os automóveis das classes T1 e T2, as mais velozes (a par de limitação a 90 km/h nas áreas consideradas de perigo), que não poderão exceder agora os 180 km/h nas especiais.
Regressando à areia da competição, o primeiro dia trouxe um triunfo a Ricky Brabec nas Motos, iniciando da melhor forma a defesa do seu triunfo na edição anterior, batendo o seu companheiro de equipa Joan Barreda Port, por seis segundos. O estreante Dani Sanders, da KTM, foi o terceiro melhor, ficando a 13 segundos do vencedor.
Entre o contingente luso, Sebastian Buhler, que compete com licença alemã aos comandos de uma Hero, foi o melhor, com o quinto melhor registo, a 16 segundos do melhor, valendo ainda a pena mencionar o décimo tempo de Joaquim Rodrigues, noutra Hero, que gastou mais 23 segundos na tirada. Rui Gonçalves (Sherco) alcançou o 20º lugar, enquanto Alexandre Azinhais (KTM) foi o 71º.
Nos Autos, Nasser Al-Attiyah (Toyota Gazoo Racing) venceu, mas com um tempo no mesmo segundo que Brian Baragwanath (Century), que foi a estrela deste Prólogo de ‘aquecimento’ para a competição ‘a sério’, pilotando um carro construído por si mesmo ao longo do ano. Yazeed Al-Rajh (Overdrive Toyota) foi o terceiro melhor, a oito segundos, seguido de perto por Jakub Przygonski (Orlen Team/Overdrive), que ficou a 12 segundos do vencedor do dia. Se o primeiro dia, de apenas 11 quilómetros cronometrados, foi de pouca expressão competitiva, serviu já para atrasar alguns dos favoritos, como foi o caso de Carlos Sainz, com o veterano piloto espanhol da X-Raid MINI a perder tempo devido a um furo no seu carro.
A bordo de um Borgward, a dupla Ricardo Porém/Jorge Monteiro firmou o 17º tempo, sendo este o único caso de um piloto luso ao volante. Outros em prova, mas no papel de navegadores, são Filipe Palmeiro (navegando Benediktas Vanagas, num Toyota) e José Manuel Marques (ao lado de Gintas Petrus num MD Rally Optimus Evo3), obtendo os 20º e 57º tempos, respetivamente.
Nos Quads, o vencedor foi Alexandre Giroud, enquanto Kris Meeke foi o melhor dos ligeiros. Nos ligeiros e SSV, Rui Miguel Carneiro e Filipe Serra (MMP) terminaram o Prólogo em nono lugar, com a outra dupla em prova, Lourenço Rosa e Joaquim Dias (Can-Am), a fazerem o 21º tempo.
Nos camiões, sem qualquer Kamaz no top 10, são os bielorrussos Siarhei Viazovich e Aliaksei Vishneuski, que ocupam as duas primeiras posições da geral, aos comandos de veículos da Maz. Com um Iveco, José Martins fez o 23º tempo, uma posição atrás de Nuno Fojo, que é o mecânico no camião de Alberto Herrero. Por fim, Armando Loureiro integra a equipa de Jordi Ginesta e Marc Dardaillon, do Team Boucou, fazendo apenas o 42º tempo.