O co-fundador da Red Bull e proprietário da Red Bull Racing, Dietrich Mateschitz, faleceu aos 78 anos de idade, apanhando de surpresa todos os integrantes do paddock do Mundial de Fórmula 1, que prossegue este fim de semana em Austin, no Texas.

A notícia tornou-se conhecida pouco antes da sessão de qualificação para o GP dos EUA, com principal impacto na equipa de Milton Keynes, cuja criação foi uma das façanhas do austríaco numa vida que se pautou por muitos momentos de sucesso.

Apaixonado pelas corridas e pelos automóveis, Mateschitz criou a marca de bebidas energéticas Red Bull em 1987, juntamente com Chaleo Yoovidhya, tendo rapidamente ganhado grande popularidade. Mateschitz também percebeu muito depressa o potencial do desporto automóvel na promoção da sua marca, surgindo ainda na primeira metade da década de 1990 na Fórmula 1 em associação à Sauber, que foi a primeira equipa a dispor do patrocínio da marca do touro.

Porém, o passo seguinte foi dado em 2004, quando Mateschitz comprou a então Jaguar Racing e a renomeou Red Bull Racing, tratando de estabelecer uma formação de sucesso, sobretudo após a contratação de Adrian Newey, conhecido como o ‘mago’ da aerodinâmica. Após um início conturbado, o sucesso chegou em 2010 com o seu primeiro título mundial, por Sebastian Vettel, com quem repetiu a proeza por mais quatro vezes no início da década de 2010.

Em 2021, a Red Bull voltou a celebrar um título de pilotos, desta feita por Max Verstappen, que também selou o seu segundo campeonato há apenas 15 dias, no GP do Japão.

Max Verstappen. (Créditos: Mark Thompson/Getty Images/Red Bull Content Pool)

Além da Red Bull, Mateschitz criou ainda uma equipa ‘satélite’ após a compra da Minardi em 2005, passando a ser Scuderia Toro Rosso num primeiro momento (obtendo o seu primeiro triunfo com Sebastian Vettel no GP de Itália de 2008) e, mais recentemente, AlphaTauri, acompanhando a criação de uma marca de vestuário com o mesmo nome (tendo alcançado a sua primeira vitória com esta designação curiosamente também no GP de Itália, mas de 2020, com Pierre Gasly).
Sebastian Vettel na noite em que se sagrou campeão pela primeira vez, em 2010, no GP de Abu Dhabi.
(Créditos: Clive Mason/Getty Images/Red Bull Content Pool)

Adicionalmente, foi também o impulsionador do regresso da Fórmula 1 à Áustria após a compra e modernização do circuito de Spielberg, que se passou a chamar Red Bull Ring.

Ainda no desporto motorizado, é conhecida também a participação da Red Bull em muitas outras categorias, como o Mundial de Ralis (WRC), campeonatos de ‘drift’ ou o Dakar.

Sébastien Loeb (Jaanus Ree/Red Bull Content Pool)

Também no futebol, a Red Bull passou a ter grande impacto, adquirindo ou renomeando algumas equipas, como o Red Bull Salzburg (antigo Casino Salzburg), na Áustria, ou o RasenBallsport Leipzig, na Alemanha. A marca de bebidas energéticas é hoje um império de múltiplas facetas, chegando a diversas modalidades e a diferentes tipos de desporto, não faltando também os conceitos mais radicais, como o de saltos para a água.