A equipa DS Techeetah, vencedora dos dois últimos campeonatos de pilotos da Fórmula E, revelou as suas expectativas e ambições para a nova temporada da modalidade esta tarde. António Félix da Costa, o campeão, parte confiante na possibilidade de voltar a lutar pelo triunfo, mas sabe que a concorrência será mais feroz, a começar por aquela que lhe será dirigida pelo seu companheiro de equipa, Jean-Eric Vergne.

Num evento digital, a DS Techeetah revelou a nova decoração do seu monolugar para a temporada sete da Fórmula E, pela primeira vez com o estatuto de Campeonato do Mundo da Federação Internacional do Automóvel (FIA), naquele que é mais um aliciante para um campeonato que tem vindo a ganhar notoriedade e concorrência em termos de construtores.

A DS Techeetah sabe bem o que é ganhar nesta competição, dispondo de dois dos campeões da modalidade, com Félix da Costa a suceder este ano a Vergne, pelo que a dupla desta formação assume-se como uma das mais fortes de todo o pelotão.

Interrogado se existe alguma ‘receita secreta’ para se ser campeão, Vergne responde que não existe qualquer tipo de segredo ou receita secreta para se chegar ao ponto mais alto da Fórmula E, mas que “há um conjunto de fatores que contribuem para o sucesso, incluindo muito trabalho no simulador, atenção aos pequenos detalhes e trabalho duro por parte da equipa e dos pilotos”, numa lista de critérios que o campeão português confirma.

“Sem dúvida, o trabalho árduo é o principal. Há um grande grupo de pessoas em Paris que trabalha para termos um carro rápido e nós, enquanto pilotos, temos o que é preciso dentro de nós. O Jean-Eric estabeleceu a fasquia muito alta para todos os pilotos, mas agora temos os dois um alvo nas costas. Há pressão, mas é uma coisa boa. Se não houvesse, significaria que não éramos importantes”, afirmou Félix da Costa.

Para as primeiras duas provas, a equipa irá recorrer ao monolugar da temporada passada, embora com algumas melhorias, sobretudo em termos de software, um aspeto que os pilotos sabem que poderá ser limitativo, mas não em demasia.

“Sabemos o que temos nas duas primeiras corridas. Podemos começar bem. É o mesmo carro com que vencemos no ano passado, mas já demos alguns passos em frente, porque estamos sempre a evoluir. O carro novo há de chegar em breve e será um grande passo em frente, mas também espero que a concorrência seja forte e que o campeonato seja difícil”, afirmou o português, para quem a chancela de Campeonato do Mundo da FIA é “um ponto de interesse adicional, mas uma formalidade, já que basicamente vamos correr aos mesmos sítios”.

Nesse mesmo sentido, Vergne destaca que a competitividade da Fórmula E deverá ser ainda maior este ano, graças à quantidade cada vez maior de fabricantes envolvidos na competição. “Penso que temos razões para temermos concorrentes como a Audi, a Nissan e a Mercedes. Acredito que estaremos fortes, mas espero que a competição vá ser muito dura”, afirmou, embora lembrando que neste lote existe uma equipa que tem vencido na Fórmula 1 nos últimos anos, pelo que é de esperar uma prestação bastante forte por parte da Mercedes.

Responsável técnico da DS Techeetah, Xavier Mestelan Pinon, também dá conta de uma maior competitividade nesta temporada e que a primeira parte será mais desafiante com o facto de ainda não terem o novo carro preparado. “Desenvolvemos dois carros. Na primeira parte, nas duas primeiras rondas, vamos usar o monolugar com a homologação da época seis mas com o software novo, que é muito importante em termos de gestão da energia. Depois, penso que a partir da terceira ronda, já vamos usar a nova homologação, com nova tecnologia, e os nossos pilotos que já ensaiaram o carro viram que é muito rápido. Estamos cá para lutar pelos campeonatos”.

Importante para a DS Automobiles

Com dois títulos consecutivos de pilotos (e um de equipas, em 2020), a DS Automobiles está também confiante no aproveitamento dos ensinamentos da competição elétrica, como explicou a CEO da marca automóvel, Beatrice Foucher, que se confessou “mais do que orgulhosa com o desempenho da equipa”.

Sinto-me mais do que orgulhosa. Sinto orgulho pelo que tem sido feito pela equipa e pelos pilotos, sinto-me grata pelo compromisso da equipa e entusiasmada para o início de uma nova temporada. Tomámos a decisão de nos juntarmos à Fórmula E em 2015 e foi uma ótima decisão. Em 2020, a Fórmula E torna-se neutra em carbono, o que é bom para nós e o elo entre a DS Automobiles e a Fórmula E é importante porque a marca aposta na eletrificação e tiramos algum conhecimento profundo da modalidade, com alguns segredos que não podemos revelar, aplicando-os nos modelos de estrada”.