M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Os avanços tecnológicos dos motores elétricos têm permitido à indústria automóvel extrair performances elevadas, tanto que já é possível usá-los em corridas de automóveis, como a Fórmula E. No entanto, muita da tecnologia tem sido desenvolvida especificamente para automóveis, ignorando inovações de outras indústrias. É por isso que a Haier quis mostrar as capacidade do seu motor elétrico criado para ser instalado numa máquina de lavar, colocando-o num carro de corrida.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Para mostrar a viabilidade dos seus motores elétricos, a Haier associou-se à Craft-Bamboo, equipa com experiência no Campeonato do Mundo de Turismo, nas 24 Horas de Le Mans, e na GP3, um campeonato júnior da Fórmula 1. A Haier desafiou a equipa chinesa a experimentar instalar um pequeno motor eletromagnético, que costuma funcionar com atuação direta no tambor da máquina, num Fórmula Renault antigo. O motor de máquina de lavar precisa de uma corrente de 220 volts para funcionar, mas os engenheiros da equipa conseguiram instalar um adaptador de corrente e um variador de frequências para colocar o motor a funcionar. Foi também preciso reduzir a resistência aerodinâmica, cobrindo as rodas, e retirar alguns elementos para tornar o carro mais leve.

No final, Darryl O’Young, diretor desportivo e piloto da Craft-Bamboo, colocou o Fórmula Haider em funcionamento, conseguindo uma boa resposta de um motor que não gera mais que 660 watts (0,9 cv) de potência, quando o normal para um carro destes é 185 cv. No entanto, os 45 Nm são equivalentes aos de uma moto de 500 cc, e estão disponíveis logo que o motor de máquina de lavar é ligado, pelo que consegue mover um carro que pesa mais de 400 kg sem problema. Só não serve para fazer corridas, mas como esta experiência funcionou, poderá deixar a Haider com ideias de adaptar a sua tecnologia a automóveis.