O triunfo no GP do Bahrein coube a Lewis Hamilton (Mercedes-AMG), naquela que foi a sua 11ª vitória da temporada, mas foi Romain Grosjean (Haas) o ‘piloto do dia’, ao escapa ileso a um dos mais violentos acidentes vistos na Fórmula 1 nos últimos anos.

A corrida tinha começado há escassos metros quando à entrada da segunda reta do circuito de Sakhir, em plena aceleração, um contacto entre o Haas de Grosjean e o AlphaTauri de Daniil Kvyat levou o piloto francês a ir de forma descontrolada contra os rails na lateral da pista. Não sendo um local usual para falhas mecânicas ou despistas, os mesmos não estavam protegidos com uma barreira mais capaz de suster o impacto violento do Haas – conhecidas por ‘Tecpro’.

Assim que o Haas embateu nos rails, a separação entre as duas partes do chassis causou uma explosão, com as chamas a consumirem o monolugar. Apesar da violência do acidente e do facto de a parte dianteira se ter ‘enterrado’ nas aberturas dos rails, Grosjean viria a sair pelos seus próprios meios do carro em chamas, ajudado pelos ocupantes do carro médico e pelos comissários de pista. O sistema de segurança do cockpit, conhecido por ‘halo’, acabou por salvar o piloto de um desfecho muito mais grave. A corrida foi prontamente interrompida e o piloto levado para o hospital pouco depois.

A Haas veio confirmar algumas queimaduras nas mãos e tornozelos de Grosjean, mas havia também (ainda não confirmadas) suspeitas de costelas partidas.

No recomeço da prova, uma grelha de partida já com algumas alterações à inicial, uma vez que Max Verstappen (Red Bull) havia saltado para segundo e Sérgio Perez (Racing Point) para o terceiro lugar, enquanto Valtteri Bottas (Mercedes-AMG), que havia partido em segundo, perdera algumas posições. Hamilton manteve o comando, com Verstappen em segundo e Perez em terceiro, mas pouco depois um novo incidente e uma vez mais com Kvyat à ‘mistura’, com o russo a provocar o capotamento do Racing Point de Lance Stroll.

A baixa velocidade, este acidente não causou problemas físicos, mas obrigou à intervenção do safety car durante algumas voltas, após as quais o campeão do mundo começou a estender a sua liderança, que viria a manter até final apesar de uma tentativa de estratégia diferenciada por parte da Red Bull para o piloto holandês. A luta pelo terceiro lugar entre Perez e Alexander Albon (Red Bull) esteve quase sempre do lado do piloto mexicano, que caminhava para o seu segundo pódio consecutivo quando o motor Mercedes-AMG do seu Racing Point cedeu a apenas três voltas do fim, chamando de novo o safety car à pista, de onde não mais saiu até à bandeira de xadrez.

Albon herdou o lugar mais baixo do pódio e garantiu à Red Bull um duplo pódio, algo que já não acontecia desde o GP do Japão de 2017.

Seguiram-se os dois pilotos da McLaren, com Lando Norris a ficar à frente de Carlos Sainz, autores de duas excelentes corridas de recuperação, enquanto Pierre Gasly (AlphaTauri) segurou o sexto lugar, não só após uma corrida fantástica, mas também com o benefício do safety car final, que impediu o ‘ataque’ de Daniel Ricciardo (Renault), que vinha a ganhar mais de um segundo por volta ao francês.

Bottas atrasou-se depois de um furo ainda na parte inicial da prova, caindo para as últimas posições, de onde recuperou até ao oitavo posto (e com outro furo…), à frente do segundo Renault de Esteban Ocon e do Ferrari de Charles Leclerc, que conseguiu um único ponto após uma corrida quase sempre na segunda metade do pelotão.