Os monolugares de Fórmula 1 regressaram oficialmente ao ativo, com a realização do primeiro de três dias de testes de pré-temporada no circuito de Sakhir, no Bahrein. Max Verstappen (Red Bull) foi o mais veloz num dia em que os campeões do mundo, Lewis Hamilton e a Mercedes-AMG, tiveram alguns motivos de preocupação e no qual uma tempestade de areia atrapalhou os planos das equipas.

Ainda que as normas da Federação Internacional do Automóvel (FIA) tenham ditado um ‘congelamento’ de uma grande parte dos carros de 2020, para ajudar a conter os custos após uma temporada em que a Covid-19 alterou todos os planos, os primeiros ensaios em pista são sempre aguardados com expectativa, o que não foi diferente no primeiro dos três únicos dias de testes planeados antes do início da temporada, precisamente neste circuito, dentro de duas semanas.

Max Verstappen terminou o primeiro dia de testes com o melhor tempo e mostra que a Red Bull está num patamar muito sólido, com um monolugar que dá seguimento às boas prestações do ano passado, apesar de se tratar ainda de uma fase muito embrionária dos testes e de os tempos terem de ser vistos com relativa cautela atendendo aos diferentes programas de desenvolvimento de cada formação e ao facto de as condições da pista estarem em constante mutação devido à areia.

Foto: Joe Portlock/Getty Images/Red Bull Content Pool

Ainda assim, o piloto holandês fez a sua melhor volta em 1.30,674s, sendo igualmente de realçar o facto de ter feito 138 voltas ao circuito de Sakhir, sendo mesmo o piloto que mais rodou hoje. Na segunda posição ficou o britânico Lando Norris, num ótimo arranque de ano com a McLaren, aliada novamente à Mercedes-AMG numa dupla que já foi de grande sucesso no passado. O seu tempo foi de 1.30,889s, ao passo que o francês Esteban Ocon, ao volante de um renomeado Alpine, ficou com a terceira melhor marca, com um tempo de 1.31,146s, sendo o segundo piloto com mais voltas do dia (128).

Lance Stroll, ao volante de Aston Martin, ficou na quarta posição, com uma volta em 1.31,782, logo à frente de Carlos Sainz, que esteve aos comandos do Ferrari na parte da tarde, com o espanhol a ficar à frente de Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo).

O facto de os carros serem largamente baseados nos do ano passado fez com que não existissem muitas situações de bandeira vermelha decorrente da paragem dos carros em pista ou de problemas mecânicos graves, embora algumas equipas devam olhar para este regresso à atividade com alguma atenção. O caso mais sonante é o da Mercedes-AMG, com a equipa campeã do mundo a ter uma manhã praticamente perdida (assim como para Vallteri Bottas) devido a um problema na caixa de velocidades do seu carro, que obrigou mesmo à substituição daquele componente. Em virtude disso, o finlandês apenas fez seis voltas, acabando no fundo da tabela de tempos do dia.

Da parte da tarde, Hamilton assumiu os comandos do Mercedes-AMG e também teve alguns problemas, sendo que o mais relevante foi o da aparente falta de aderência em pista, tendo diversas saídas ligeiras e travagens queimadas sem gravidade. No entanto, não foi além do décimo tempo.

Também a Haas contou com um problema semelhante na caixa de velocidades do monolugar, o que impossibilitou Mick Schumacher de fazer mais do que 15 voltas, acabando o dia na penúltima posição da tabela de tempos, logo atrás do seu colega de equipa, Nikita Mazepin, que cumpriu bem mais proveitosas 69 voltas.

Amanhã, os monolugares voltam ao circuito para o segundo dia de ensaios.