A Federação Internacional do Automóvel (FIA) tomou medidas para tentar conter os efeitos do fenómeno de oscilação vertical intensa a alta velocidade nos Fórmula 1 que ficou conhecido pelo termo técnico ‘porpoising’.

Resultado das alterações técnicas impostas para a temporada de 2022, com o regresso do chamado ‘efeito solo’, ou seja, a utilização dos canais esculpidos no piso do carro que possibilitam uma carga aerodinâmica mais elevada, o efeito de oscilação vertical tem criado ressaltos muito fortes e de elevada frequência no asfalto, tornando a pilotagem mais complicada além de ter efeitos na própria performance dos monolugares.

O ‘porpoising’ explica-se com a deslocação do fluxo de ar sob o monolugar: ao aumentar a velocidade, o monolugar é puxado contra o solo, até um ponto em que o fluxo de ar é interrompido e o monolugar é empurrado para o ar até que o efeito aerodinâmico volte a entrar em ação e a empurrar o carro contra o solo. O efeito, repetido de forma sucessiva e intensa, é mais visível nalguns carros do que noutros, com monolugares como o da Red Bull a serem praticamente incólumes, ao contrário de outros, como o Mercedes, que sofre bastante com este efeito.

No passado GP do Azerbaijão, Lewis Hamilton mostrou-se visivelmente debilitado ao sair do carro no final da prova, confessando que foi uma fase final muito difícil em termos físicos, sendo secundado por Russell, que considerou perigoso o estado atual da modalidade a este respeito. Também outros nomes, como Carlos Sainz (Ferrari), demonstraram a sua opinião crítica pelo efeito de ‘porpoising’ que se tem verificado desde que os monolugares entraram em pista pela primeira vez, nos testes de inverno, em Barcelona.

44 – Lewis Hamilton (Foto: Mercedes-AMG Petronas)

Para responder a essas críticas, embora nem todas as equipas tenham estado de acordo, a FIA decidiu intervir com uma diretiva técnica que pretende incrementar a segurança e proteger a saúde dos pilotos.

Assim, entre as medidas em vigor já a partir do GP do Canadá deste fim de semana, estão o maior escrutínio das pranchas de controlo no fundo do carro, tanto em termos do seu design, como de desgaste observado, como a definição de uma métrica com base na aceleração vertical do carro que dará um limite quantitativo aceitável para o nível de oscilações verticais.

Este é um primeiro passo dado pela FIA, mas está ainda previsto um encontro técnico com as equipas para definir medidas que reduzam a propensão dos carros para o fenómeno de ressaltos intensos em pista a alta velocidade.