Os pilotos que participem em modalidades governadas pela Federação Internacional do Automóvel (FIA) estarão proibidos de efetuar declarações ou manifestações públicas de âmbito político ou religioso já a partir de 2023, após uma alteração ao código de conduta desportiva.

Vários pilotos têm utilizado a plataforma mediática que é o desporto motorizado para transmitirem mensagens de cariz político, religioso ou social ao longo dos últimos anos, tendo ganhado particular notoriedade os casos de Lewis Hamilton e de Sebastian Vettel na Fórmula 1, o primeiro encetando mesmo uma das linhas de defesa mais marcantes por ocasião do movimento ‘Black Lives Matter’ a nível global.

Em 2020, a sua atuação foi mesmo ao extremo de pedir a prisão para os polícias que abateram a tiro uma afro-americana durante um tiroteio com uma mensagem escrita na t-shirt que usou no GP da Toscana daquele ano (na imagem).

Agora, de acordo com a nova regra da FIA, todos os pilotos das modalidades por si tuteladas, não poderão efetuar declarações políticas, religiosas ou pessoais sob risco de “violarem o princípio geral de neutralidade promovido pela FIA sob os seus Estatutos, a não ser que tenham recebido previamente o consentimento escrito da FIA para as Competições Internacionais ou para as ASN [NDR: Autoridades Desportivas Nacionais] para as competições nacionais sob sua jurisdição”.

Se Hamilton havia sido um dos principais atores na propagação da mensagem de igualdade racial por entre os pilotos de Fórmula 1, já no ano passado, aquando da invasão da Ucrânia pela Rússia, Sebastian Vettel mostrou-se publicamente chocado e foi um dos primeiros a condenar o ato militar, advogando o cancelamento (que viria a ser efetuado posteriormente) da prova russa. O alemão foi também bastante crítico em relação a ações lesivas para o ambiente e surgiu na Hungria com uma t-shirt a defender a igualdade de direitos para a comunidade LGBTQ+.