Max Verstappen (Red Bull) venceu o GP da Bélgica de Fórmula 1 com total autoridade e reforçou a sua vantagem no Mundial de Pilotos, parecendo agora uma questão de tempo até o piloto neerlandês assegurar o seu segundo título. A reforçar a superioridade da Red Bull, Sergio Pérez foi o segundo, enquanto Carlos Sainz (Ferrari) segurou o terceiro lugar face ao ataque tardio de George Russell (Mercedes-AMG).

Foi uma prova sem mácula para Verstappen, que depois de dominar as sessões de treinos livres e a qualificação, viu-se obrigado a partir do 14º lugar da grelha devido a uma penalização pela mudança do motor no seu monolugar. No entanto, atendendo ao ritmo evidenciado pelo líder do campeonato ao longo dos treinos, tornou-se evidente que, salvo qualquer imprevisto, era o maior candidato ao triunfo no circuito belga de Spa-Francorchamps.

Aproveitando da melhor forma a rapidez do monolugar, Verstappen foi galgando posições na primeira fase da prova, com pneus macios no Red Bull, chegando ao comando de forma definitiva após a primeira paragem nas boxes. Depois, sem rivais e sem problemas, Verstappen seguiu para mais um triunfo que, mais do que qualquer um nesta temporada, teve características de domínio absoluto, assegurando também o ponto suplementar pela volta mais rápida da corrida.

Pérez terminou em segundo, uma vez mais servindo de fiel escudeiro de Verstappen, mas também sem argumentos realistas para travar o seu colega de equipa, que esteve num campeonato à parte. Na primeira parte da prova, ocupou a segunda posição atrás de Sainz, que partiu bastante bem e manteve a liderança em virtude da pole position, mas após as primeiras paragens imitou Verstappen e também ultrapassou o espanhol da Ferrari para não mais se preocupar com a defesa da posição.

O mesmo já não pôde dizer Sainz, que foi perdendo rendimento ao longo da prova, queixando-se da degradação dos pneus do Ferrari, acabando apenas com dois segundos de vantagem sobre George Russell, depois de este ter chegado a estar a quase dez segundos por duas vezes. A prestação dos Ferrari foi uma das deceções em Spa-Francorchamps e se Sainz ainda conseguiu chegar ao pódio, Charles Leclerc – que tal como Verstappen, partiu mais atrás, de 15º – viu-se obrigado a parar muito cedo para retirar uma das viseiras alojadas na tomada de ar para o travão dianteiro direito, lançada precisamente por Verstappen, quando este estava à sua frente na fase de safety car nas primeiras voltas.

Daí em diante, Leclerc viu as aspirações de um bom resultado hipotecadas, não faltando ainda um episódio caricato em que, ao parar na penúltima volta para montar pneus macios e tentar roubar a volta mais rápida da corrida, acabou por ficar atrás de Fernando Alonso (Alpine), ultrapassando o espanhol para ficar com o quinto posto na linha de meta. Porém, não só não conseguiu a volta mais rápida da corrida, como recebeu uma penalização de cinco segundos (adicionados ao tempo final) por ter excedido o limite de velocidade de 80 km/h na via das boxes. Com isso, caiu para sexto, herdando Fernando Alonso o quinto lugar numa corrida em que esteve bastante bem a demonstrar que mantém intactas todas as suas qualidades enquanto piloto de topo.

A sua prova ficou marcada por um acidente com Lewis Hamilton (Mercedes-AMG) ainda na primeira volta, quando o britânico não deixou espaço a Alonso na travagem para Les Combes, o que ditou o abandono para Hamilton e um atraso para Alonso, que discutia então o segundo posto com o seu rival da Mercedes.

Esteban Ocon (Alpine) foi o sétimo melhor, autor também de uma boa prova, o mesmo se podendo dizer de Sebastian Vettel (Aston Martin) que ficou no oitavo lugar final, à frente de Pierre Gasly (AlphaTauri) e de Alexander Albon (Williams). Ambos tiveram provas de grande consistência e competência: o francês saiu das boxes para a corrida e manteve-se na luta pelos pontos, enquanto o tailandês voltou a ter no seu espírito combativo a chave para uma posição pontuável.

A oito provas do final do campeonato, Verstappen tem praticamente assegurado o titulo de Pilotos de 2022, tendo Pérez agora como seu principal rival. O mexicano ascendeu ao segundo lugar da tabela, mas a 93 pontos do neerlandês, enquanto Charles Leclerc (Ferrari) desceu para terceiro, estando a 98 pontos de distância.