GP da Hungria: Jogada estratégica de génio dá triunfo a Hamilton

Lewis Hamilton obteve uma brilhante vitória no GP da Hungria, depois de cumprir uma estratégia de duas paragens nas boxes para levar de vencida Max Verstappen (Red Bull-Honda), que liderou durante quase toda a prova apenas para ceder o comando ao britânico da Mercedes-AMG a quatro voltas do final.

Numa corrida completamente à parte dos dois primeiros, Lewis Hamilton acabou por levar a melhor num duelo muito particular com Verstappen, não conseguindo superar o seu rival em pista, mas optando por uma estratégia nas boxes muito mais proveitosa, que o levou a fazer uma segunda troca de pneus a 20 voltas do final, contra a paragem única do piloto da Red Bull, cujos pneus duros foram perdendo eficácia ao longo da corrida. Apesar de ter saído a 20 segundos de Verstappen, o líder do campeonato partiu para uma toada de qualificação e a cinco voltas do final estava já ‘colado’ ao Red Bull. Na volta seguinte, aproveitando a maior eficácia dos pneus mais frescos do seu carro e o sistema DRS, passou facilmente Verstappen na reta da meta.

Para o vencedor da corrida de Hockenheim, na semana passada, acabou por ser um resultado infeliz, na medida em que o próprio piloto reconheceu que deveria ter sido chamado às boxes para trocar de pneus logo que Hamilton fez a sua segunda paragem. Não o fazendo, Verstappen não foi capaz de suster o ímpeto final de Hamilton, que reforça a sua liderança no campeonato antes da paragem para férias do Mundial de Fórmula 1. O piloto da Red Bull viria ainda a parar nas boxes na penúltima volta para mudar de pneus, depois de dizer pelo rádio à sua equipa que não conseguiria terminar a corrida daquela forma. Serviu, pelo menos, para assegurar mais um ponto com a volta mais rápida.

Nas duas posições seguintes ficaram os dois Ferrari, embora com uma prestação desapontante, já que Sebastian Vettel, que também ultrapassou o seu companheiro de equipa a três voltas do final, ficou a pouco menos de um minuto de diferença do vencedor, num resultado que mostra bem o diferencial de performance da Ferrari para os dois da frente neste circuito sinuoso de Hungaroring. Charles Leclerc ficou na quarta posição, tendo defendido como pôde a terceira posição de Vettel, mas também sem ritmo para atacar os pilotos da frente quando esteve em terceiro.

Da quinta posição em diante, todos os pilotos acabaram a uma volta de distância (ou mais), com Carlos Sainz a ser o quinto e a oferecer um ótimo resultado à McLaren, sustendo o ataque tardio de Pierre Gasly, uma vez mais sem qualquer semelhança em termos de ritmo com aquilo que Verstappen faz ao volante de Red Bull idêntico.

Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) voltou a ser de uma regularidade impressionante, terminando em sétimo esta corrida húngara, ficando imediatamente à frente de Valtteri Bottas, no segundo Mercedes, que pouco depois da partida, ao tentar defender-se de Hamilton, danificou a sua asa dianteira na roda traseira do outro Mercedes, acabando por ter de ir à boxe antecipadamente para trocar aquele elemento. Caiu para último, mas logrou recuperar até ao oitavo posto.

Lando Norris, noutro McLaren, ficou com o nono lugar, ao passo que Alexander Albon (Toro Rosso) ficou com o derradeiro ponto da prova.

Notas menos positivas para os Renault, com Nico Hulkenberg e Daniel Ricciardo a terem uma prova para esquecer, mas também para a Racing Point. Romain Grosjean, da Haas, foi o único desistente, apesar do muito calor que se fez sentir na corrida desta tarde.