Lewis Hamilton (Mercedes-AMG) venceu o GP da Rússia, alcançando assim o seu 100º triunfo na categoria, numa prova em que Lando Norris (McLaren) teve na mão a possibilidade de obter a sua primeira vitória, mas que a aparição tardia da chuva acabou por impossibilitar. Max Verstappen (Red Bull) recuperou de último até segundo e Carlos Sainz (Ferrari) ficou no terceiro lugar. Hamilton é agora o novo líder do Campeonato de Pilotos.

A prova começou com o piso seco e assim se manteve durante a grande maioria das 53 voltas, embora a ameaça da chuva estivesse sempre presente. Partindo da pole position, Lando Norris foi surpreendido no arranque por Carlos Sainz, que havia partido de segundo, enquanto Hamilton voltava a não arrancar bem e caía para o sétimo lugar, embora as paragens dos outros pilotos lhe tivesse dado pista ‘livre’ à sua frente que aproveitou para virar a contenda a seu favor. Ainda antes das primeiras paragens, Norris superou Sainz na luta pelo comando, fazendo a sua paragem apenas à 28ª volta, duas depois de Hamilton e de Verstappen, que entretanto já havia recuperado até aos lugares pontuáveis.

Com a fase de paragens nas boxes a terminar na 36ª volta (Sérgio Perez, da Red Bull, e Fernando Alonso, da Alpine, foram os últimos), a liderança ficou com Norris, enquanto Hamilton estava agora em segundo, mas em aproximação, até que se ‘encostou’ ao McLaren do seu compatriota, estabilizando a diferença entre um e dois segundos na luta pelo comando. Sem erros de Norris, parecia que a ultrapassagem de Hamilton seria difícil.

A sete voltas do final, as primeiras gotas de chuva começaram a cair na pista de Sochi e uma boa parte dos pilotos rumou às boxes para montar pneus intermédios. Max Verstappen foi um dos primeiros, assim como Daniel Ricciardo (McLaren) e Kimi Raikkonen (Alfa Romeo). Com a chuva a intensificar-se, Lewis Hamilton parou na 49ª volta, enquanto Norris decidiu que a situação seria controlável com os pneus para piso seco. Porém, rapidamente se tornou evidente que Norris teria vida muito complicada e a falta de aderência do seu McLaren levou a que não pudesse sequer lutar pelo pódio, não evitando uma saída de pista que por pouco não resultava em embate na barreira de pneus.

Hamilton era o novo líder e caminhou cuidadosamente para mais um triunfo, o centésimo de uma carreira recheada de sucessos e de recordes, mantendo também a invencibilidade da Mercedes no GP da Rússia. Verstappen efetuou uma excelente recuperação para terminar em segundo e assim minimizar os danos na luta pelo título, sabendo de antemão que teria uma penalização por cumprir nesta prova, inicialmente por ter sido considerado responsável da colisão com Hamilton em Monza e, depois, por ter visto a equipa mudar o motor Honda do seu Red Bull, obrigando-o a partir de último.

Sainz encerrou o pódio, numa prova em que até começou bastante bem, acabando por tirar partido também da chuva na fase final para assim arrecadar mais um pódio, à frente de Ricciardo, numa parca compensação para a McLaren, que poderia ter festejado em Sochi o seu segundo triunfo consecutivo, agora por Norris. Valtteri Bottas (Mercedes-AMG) também havia sido penalizado esta manhã para montar um motor novo (embora muitos tivessem visto esta decisão como uma manobra estratégica para tentar atrapalhar a progressão de Verstappen), começando da 16ª posição da grelha. Acabou por terminar na quinta posição.

Fernando Alonso ficou com a sexta posição, logo na frente de Norris, enquanto Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) voltou a tirar partido das condições muito difíceis para assim terminar em oitavo, à frente de Perez e de George Russell (Williams).