Se dúvidas ainda existissem, Max Verstappen (Red Bull) tem praticamente o título de pilotos garantido após o triunfo no GP de Itália, batendo Charles Leclerc (Ferrari), numa prova que terminou atrás do safety car. George Russell (Mercedes) completou o pódio.

Se na qualificação a Ferrari festejou em comunhão com os seus adeptos a pole position de Leclerc, o resultado da corrida não foi o desejado por parte da Scuderia, que também se pode queixar da sua própria estratégia. Leclerc partiu da pole position, defendendo-se bem no arranque do ataque de Russell, que era o segundo, enquanto Verstappen saiu de sétimo, mas rapidamente se desembaraçou dos seus demais rivais para se situar em segundo, com uma diferença a rondar os 1,5 segundos.

Com pneus macios, Leclerc e Verstappen optaram por estratégias diferentes, com o piloto da Ferrari a fazer a sua paragem num período de safety car virtual à 12ª volta, montando pneus médios no seu carro, enquanto o neerlandês prolongou o seu primeiro turno até à 26ª volta, parando então para montar também pneus médios que levaria até ao final da prova. Tendo regressado à pista em segundo, mas a 11 segundos de Leclerc, foi ganhando tempo até à paragem deste, à 33ª volta, na qual passou a contar com pneus macios, teoricamente mais rápidos.

No entanto, a estratégia da Ferrari provou-se infrutífera, já que dos 20 segundos que tinha de desvantagem apenas recuperou cinco em 14 voltas, embora pudesse reentrar na luta com a entrada em pista do safety car à 48ª volta devido à paragem em pista do McLaren de Daniel Ricciardo. A grande maioria dos pilotos ainda parou novamente para mudar de pneus, incluindo Verstappen e Leclerc, mas com a dificuldade de remoção do monolugar parado na pista, o safety car acabou por ditar o resultado final, com Verstappen a vencer à frente de Leclerc, num resultado que deixou o monegasco mais agastado.

Já o piloto da Red Bull está cada vez mais perto do título, podendo sagrar-se campeão pela segunda vez já no próximo GP de Singapura, tendo atualmente 335 pontos contra os 219 pontos de Leclerc, que é novamente o segundo ao ultrapassar Sergio Pérez (Red Bull), que terminou em sexto lugar (depois de partir do 13º lugar), mas voltando a demonstrar uma falta de ritmo evidente face ao seu colega de equipa.

Um dos grandes animadores da prova foi Carlos Sainz (Ferrari), que partiu do 18º lugar após a mudança de motor do seu carro, recuperando diversas posições e falhando o pódio pela entrada em pista do safety car. O espanhol ficaria com o quarto posto, à frente de Lewis Hamilton (Mercedes), também uma das grandes figuras da corrida italiana, tendo também partido do fundo da grelha com uma estratégia acertada e um momento emocionante ao ultrapassar dois pilotos de uma assentada.

Lando Norris (McLaren) terminou no sétimo lugar, tendo feito uma péssima partida, que o atirou para o sexto lugar na primeira curva. Pierre Gasly (AlphaTauri) cruzou a meta em oitavo, superando o surpreendente novato Nyck de Vries (Williams), que igualou o melhor resultado do ano da equipa (de Alex Albon, precisamente o piloto que substituiu por razões de saúde), ao passo que Zhou Guanyu (Alfa Romeo) regressou aos pontos com o décimo lugar.

De Vries foi ainda o piloto do dia e tornou-se no principal candidato ao lugar de Nicholas Latifi na Williams, que é ainda o único piloto do atual plantel sem pontos (a par de Nico Hulkenberg, que apenas disputou duas provas com a Aston Martin no lugar de Sebastian Vettel).

Más provas para a Aston Martin, que não teve nenhum dos seus carros no final, e para a Alpine, que viu Fernando Alonso abandonar devido a problemas mecânicos e Esteban Ocon ficar fora dos pontos.