Sergio Pérez (Red Bull) liderou o GP de Singapura do princípio ao fim, não cometendo praticamente nenhum erro durante as duas horas que durou a corrida disputada com o piso molhado na primeira metade. Charles Leclerc (Ferrari) ainda ameaçou o triunfo na parte final, mas não conseguiu levar a melhor sobre o mexicano, que ainda recebeu uma penalização de cinco segundos após o final da corrida.

Apesar de dois momentos de safety car e das condições desafiantes da pista, Pérez não cometeu erros maior, assumindo a liderança logo na partida e conseguindo depois ter a frieza para não errar na fase em que sofreu maior pressão, na parte final da corrida, já com os pneus para piso seco em todos os carros, mas com locais ainda bastante húmidos devido à chuvada que caiu cerca de 40 minutos antes do início da corrida (atrasando o seu início em cerca de uma hora).

Ainda assim, num dos momentos de safety car, o piloto da Red Bull acabou ainda por cometer um pequeno excesso que poderia ter tido consequências maiores, ao não respeitar a distância regulamentar para o carro de segurança. A situação foi apenas investigada após a corrida, com Pérez a receber uma penalização de cinco segundos pela inobservância do regulamento do safety car. Porém, graças a um ‘forcing’ nos 15 minutos finais da prova (a corrida acabou por ser terminada devido ao limite de duas horas), Pérez foi capaz de ‘abrir’ uma vantagem de 7,5 segundos sobre Charles Leclerc.

O piloto da Ferrari partiu da pole position, mas não segurou o primeiro lugar e esteve sempre depois no papel de perseguidor, embora apenas conseguindo realmente ameaçar a liderança de Pérez após o último safety car quando todos os pilotos estavam já com pneus para piso seco (médios). Mesmo com a ajuda do DRS, Leclerc nunca chegou a estar em posição de concretizar a ultrapassagem (até porque a pista estava ainda molhada fora da trajetória ideal), acabando ele próprio por cometer dois erros ligeiros que o deixaram de fora da luta pelo triunfo. Porém, mesmo avisado pela equipa de uma potencial penalização para Pérez de cinco segundos que ainda não era certa, mas previsível, o piloto monegasco foi incapaz de se manter dentro do intervalo dos tais cinco segundos, ficando assim com o segundo posto.

Carlos Sainz (Ferrari) terminou no terceiro lugar, mas nunca teve a capacidade para lutar pelo triunfo, perdendo sempre bastante tempo após as duas intervenções do safety car que juntaram o pelotão. A maior parte do seu tempo foi passada com Lewis Hamilton (Mercedes-AMG) atrás de si até o britânico cometer um erro a meio da prova que o levou a bater de frente numa das barreiras do circuito, danificando a asa dianteira e caindo diversas posições.

Hamilton viria a terminar em nono lugar, uma posição atrás de Max Verstappen (Red Bull), que também teve uma prova para esquecer. Partindo do oitavo posto, teve um mau arranque, perdeu mais alguns lugares e ainda se envolveu num contacto com o Haas de Kevin Magnussen. Depois, fruto de uma competitividade superior do seu carro, foi galgando posições até ‘esbarrar’ com o Alpine de Fernando Alonso, na quinta posição. O espanhol foi obstáculo intransponível até abandonar com o motor partido do seu carro, libertando Verstappen que poderia, após nova situação de safety car, ter uma palavra a dizer na luta pelo pódio. Só que no reinício, excedeu-se numa travagem e viu-se obrigado a seguir em frente numa escapatória, caindo para último. Fruto de alguns abandonos e da superioridade do seu carro, terminou em sétimo após outro erro de Hamilton quando em luta com o Aston Martin de Sebastian Vettel.

Com aqueles dois pilotos fora da contenda pelas primeiras posições, acabou por ser Lando Norris (McLaren) o melhor dos ‘outros’ com a quarta posição, logo à frente de Daniel Ricciardo, num bom resultado de conjunto para a formação de Woking. Lance Stroll (Aston Martin) terminou a prova em sexto, após uma excelente prestação, ficando à frente então de Verstappen, Vettel, Hamilton e de Pierre Gasly (AlphaTauri) que teve o último ponto para si.

Nota ainda para o mau desempenho de George Russell (Mercedes-AMG), que partiu da via das boxes depois da mudança da unidade de potência do seu carro, sendo depois também o primeiro a experimentar os pneus para piso seco numa fase em que a pista estava ainda muito molhada, perdendo imenso tempo nessa fase. Mais tarde, viria ainda a provocar um contacto com o Haas de Mick Schumacher, causando um furo em ambos os carros.

Na sua prova de celebração dos 350 Grandes Prémios, Fernando Alonso também não teve grande sorte, ao ver-se forçado a abandonar com problemas no motor do seu Alpine.