Para a etapa de 2019, os Mercedes-AMG são claramente os favoritos, mas as longas retas do traçado poderão ajudar os Ferrari a compensar algum do défice aerodinâmico que evidenciam face aos ‘Flecha de Prata’.
Traçado com um perfil veloz, o circuito que ostenta o nome do icónico piloto canadiano é usualmente palco de corridas bastante disputadas, com as estratégias a terem uma grande importância, além da sempre real possibilidade de contar com entradas do safety car em pista que alterem a classificação. Tanto mais que o circuito Gilles Villeneuve apresenta aquele que é um dos muros mais famosos de todo o Mundial de Fórmula 1, o ‘muro dos campeões’, que ganhou o seu nome depois de vários nomes famosos da modalidade lá irem embater, incluindo Michael Schumacher em 1999.
Até aqui, nas seis corridas disputadas, a Mercedes-AMG saiu vencedora em todas, com Lewis Hamilton a dispor já de quatro triunfos contra dois do seu colega de equipa, Valtteri Bottas. Agora, em Montreal, os dois homens da equipa germânica deverão voltar a ser os mais sérios candidatos ao triunfo, ainda que a Ferrari, até aqui uma das grandes deceções da temporada, possa ser uma séria ameaça aos carros alemães. A maior dependência do motor, um dos pontos fortes da Ferrari, pode jogar a favor da equipa de Maranello, ainda que também a Mercedes surja com uma evolução nesse capítulo.
Também a Red Bull poderá estar na contenda, mas é de esperar que seja ligeiramente mais lenta do que as duas outras equipas de ponta, mercê de um motor ligeiramente menos potente e de um chassis que funciona bastante melhor em circuitos mais sinuosos. No entanto, com Max Verstappen bastante motivado, a equipa de Milton Keynes poderá também ser uma força a ter em conta.
Logo atrás, a luta pelos lugares seguintes promete nova batalha, sendo difícil prever quem se destacará. A McLaren tem vindo a subir de forma nos últimos grandes prémios, pelo que também poderá ser uma das equipas a lutar pelos lugares cimeiros, enfrentando a competição da Renault, da Toro Rosso e da Haas.Os primeiros treinos livres disputam-se já hoje, a primeira marcada para as 15h00 e a segunda para as 19h00. No sábado a última sessão de treinos livres decorrerá às 16h00 e a qualificação está prevista para as 19h00. Já no domingo, a corrida tem arranque previsto para as 19h10.
Momentos marcantes na ilha: vitórias surpresa e acidentes impressionantes
O circuito canadiano estreia este ano um novo complexo de boxes, ganhando assim maior funcionalidade, mas o desenho do circuito não sofre alterações de maior. O que é bom, já que o Grande Prémio do Canadá é palco tradicional de corridas muito animadas e de alguns dos momentos mais inesquecíveis da modalidade. Entre os mais fortes, nota para os triunfos inesperados de Nelson Piquet em 1991 quando Nigel Mansell parou o seu Williams a escassos metros da meta ou de Jean Alesi em 1995, naquela que foi a sua única vitória com a Ferrari depois de Michael Schumacher ter sofrido problemas com o seu Benetton. 
Villeneuve, herói local, também foi vencedor, em 1978, com um Ferrari, sendo também memorável a sua pilotagem à chuva com a frente destruída e o aileron a tapar-lhe a visão em 1981. Mais recentemente, além dos encontros imediatos de alguns dos campeões com o muro de entrada na meta – Schumacher, Damon Hill, Jacques Villeneuve, Jenson Button e Sebastian Vettel estão entre as ‘vítimas’ -, nota para o acidente violentíssimo de Robert Kubica em 2007, destruindo o seu BMW Sauber contra o muro num dos pontos mais velozes do traçado. Milagrosamente, o piloto polaco escapou incólume. Antes, também Olivier Panis havia sofrido um acidente impressionante em Montreal, em 1997, partindo uma perna ao volante do seu Prost GP.
