Conhecido pelo seu casino, pelo glamour e pelas suas celebridades mais ou menos excêntricas, o Mónaco é também o palco daquele que é o Grande Prémio mais carismático do Mundial de Fórmula 1, disputado nas suas ruas exíguas onde tantas lendas ganharam forma.
Na temporada de 2019, atendendo à superioridade demonstrada até aqui, é difícil não apontar os Mercedes-AMG de Lewis Hamilton e de Valtteri Bottas como grandes favoritos. Mas, já se sabe, em Monte Carlo, até mesmo os pequenos erros têm um custo elevado…
Com o Mundial deste ano a pender claramente para o lado da Mercedes e com um circuito onde a aderência à saída das curvas lentas tem grande importância, os dois pilotos da equipa alemã têm de ser colocados como os principais favoritos ao triunfo, sendo que, neste caso, restará saber como se irá desenrolar a luta interna já que Bottas não parece interessado em ‘abrir a porta’ para o seu colega de equipa fugir na liderança do campeonato.
Os seus principais rivais deverão vir, desta feita, da Red Bull, num traçado em que a qualidade do chassis dita muitas leis. O monolugar da formação de Milton Keynes tem estado em muito bom nível e, no passado GP de Espanha, Max Verstappen conseguiu mesmo bater os dois Ferrari na luta pelo terceiro posto, o que demonstra o potencial do binómio Red Bull Honda.
Do lado da Ferrari, cada vez mais aceite a ideia de que o SF90 não está à altura dos pergaminhos sequer do seu antecessor, Sebastian Vettel e Charles Leclerc poderão ainda assim surpreender na medida em que o seu talento como piloto pode ocultar, de certa forma, as falhas do carro italiano, mas será difícil que tanto o alemão, como o monegasco (a jogar em ‘casa’) consigam intrometer-se na luta pelo triunfo, sobretudo porque é um dos traçados onde o motor menos importa.
Mais atrás, o pelotão deverá ser bem animado, com as demais equipas – com exceção da Williams… – a disputarem entre si as posições seguintes à das três equipas ‘grandes’. McLaren, Racing Point, Renault, Haas, Toro Rosso e Alfa Romeo terão de esgrimir os seus melhores argumentos para obter pontos no Mónaco, jogando muito na estratégia de qualificação, até porque é ai que muito se joga para o resultado final – as ultrapassagens são difíceis, faltando pontos para tal.
Os primeiros treinos livres decorrem, atipicamente, na quinta-feira, com os monolugares da F1 a voltarem à pista apenas no sábado de manhã.
Em honra de Niki
Desta feita, o ambiente em torno do Grande Prémio, tradicionalmente uma festa, estará ensombrado pela notícia da morte de Niki Lauda, tricampeão de Fórmula 1 em 1975, 1977 e 1984, com diversas equipas a prestarem a sua homenagem, como serão os casos da Mercedes, onde desempenhou o seu último cargo na modalidade, e da Ferrari, onde protagonizou uma das suas épocas de ouro na década de 1970.
