Temia-se uma corrida monótona, mas o GP do Mónaco, ganho por Lewis Hamilton (Mercedes-AMG), acbaou por ser bastante interessante em virtude da indecisão em torno do vencedor. O piloto britânico teve de se aplicar para resistir às investidas de Max Verstappen (Red Bull), que foi o seu principal rival na corrida embora no final o holandês não tenha conseguido subir ao pódio. Sebastian Vettel (Ferrari) foi o segundo, na frente de Valtteri Bottas (Mercedes).

Hamilton partiu bem e manteve o comando, com Bottas na segunda posição, Verstappen em terceiro e Vettel em quarto, com este quarteto a isolar-se nas posições cimeiras nas primeiras voltas. Mais atrás, Charles Leclerc (Ferrari) foi dando espetáculo ao partir da 15ª posição depois de uma qualificação para esquecer. Primeiro, ultrapassou Lando Norris (McLaren) na curva do Hotel Loews na segunda volta e, mais tarde, na sétima volta, aproveitou uma ‘nesga’ quase inexistente na travagem para a apertada direita de Rascasse para ultrapassar Romain Grosjean (Haas). O monegasco já havia avisado que ia arriscar na corrida e, na nona volta, tentou repetir a manobra a Nico Hulkenberg (Renault), mas dessa feita a ‘nesga’ era mesmo impossível e, acabou por dar um toque com a roda traseira direita, fazendo um pião e, mais grave, sofrendo um furo que, no caminho de regresso para as boxes, causou severos danos no fundo plano do SF90, que levariam ao seu abandono.

Os detritos deixados na pista por Leclerc, que foi tudo menos suave enquanto tentava regressar à boxe com rapidez, obrigaram à entrada em pista do safety car, com os pilotos a aproveitarem para efetuarem as suas paragens. Aqui, teve lugar um momento decisivo, com Bottas, Verstappen e Vettel a entrarem na boxe em conjunto (Hamilton havia feito o mesmo uns segundos antes, montando pneus macios que deveria levar até final). Com paragens quase idênticas, Bottas saiu primeiro, mas Verstappen recebeu ordem de regresso à pista enquanto o finlandês passava, acabando até os dois por se tocarem na via das boxes, com Vettel logo atrás.

O momento valeu uma penalização de cinco segundos a Verstappen (por ‘libertação insegura’) e uma paragem suplementar a Bottas por receio de um furo em sequência do contacto com o piloto da Red Bull. Aproveitando o período de safety car em pista, o finlandês perdeu apenas um lugar para Vettel, embora estivesse colado ao alemão da Ferrari. Todos estes estavam com pneus duros, ao contrário de Hamilton que, rapidamente, passou a queixar-se dos seus pneus, lamentando a escolha feita pela sua equipa, em oposição à dos seus rivais mais próximos.

Com efeito, Hamilton nunca mais deixou de ter Verstappen bem perto nos seus espelhos, com o holandês a chegar mesmo a tentar uma ultrapassagem na 76ª das 78 voltas, na travagem para a chicane, mas o homem da Mercedes fechou a ‘porta’, acabando por receber um ligeiro contacto do pneu dianteiro direito do Red Bull no pneu traseiro esquerdo do seu carro que o forçou a ‘cortar’ a chicane. Sem mais problemas, Hamilton cortou a meta em primeiro e alargou a sua liderança no Mundial de Pilotos, dedicando o triunfo em Monte Carlo a Niki Lauda, que faleceu a meio da semana passada.

Para Verstappen, a missão era simples (passar para o comando e ganhar mais de cinco segundos para os demais em virtude da sua penalização), mas ao mesmo tempo complicada por duas razões: a dificuldade de ultrapassar no Mónaco e o facto de o piloto à sua frente ser Hamilton. Não conseguindo superar o piloto da Mercedes e apesar de cortar a meta no segundo posto, Verstappen ficou classificado na quarta posição, atrás de Vettel, sempre um espectador atento da batalha à sua frente, e de Bottas, que ficou em terceiro. Para a Ferrari, o resultado de Vettel acabou ser positivo atendendo às dificuldades do fim de semana e ao desaire com Leclerc.

Autor da melhor volta (recebendo mais um ponto por isso), Pierre Gasly, da Red Bull, ficou na quinta posição, logo atrás de Verstappen, havendo depois uma enorme diferença para o sexto classificado e o melhor dos ‘outros’, que foi Carlos Sainz, num grande resultado para a McLaren, ao passo que Daniil Kvyat e Alexander Albon ficaram nas duas posições seguintes, obtendo um bom resultado de conjunto para a Toro Rosso, com o sétimo e oitavo posto. Habituado aos lugares do pódio no Mónaco, Daniel Ricciardo, da Renault, foi apenas o nono classificado, cabendo o derradeiro ponto a Romain Grosjean (Haas).

Bastante abaixo das expectativas, os Racing Point e os Alfa Romeo não conseguiram lutar pelos pontos, com George Russell a merecer uma menção honrosa pelo facto de ter ficado longe do último posto, terminando em 15º à frente de Lance Stroll, Kimi Raikkonen, Robert Kubica (seu companheiro de equipa) e de Antonio Giovinazzi.

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