M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Uma das razões porque o público adora ver as corridas da NASCAR nos Estados Unidos é que, volta e meia, acontece sempre um grande acidente. Este fim de semana teve lugar a primeira prova da temporada, e a mais importante do calendário, as 500 Milhas de Daytona. E, como é habitual, houve mais um grande acidente, conhecido na gíria do campeonato como “Big One”, que teve lugar perto do final da corrida, afetando bastante o resultado.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

A apenas 10 voltas do fim, Paul Menard, no Ford n.º 21, empurrou Matt DiBenedetto, no Toyota n.º 95, fazendo com que este entrasse em pião. A confusão foi tal que apanhou 21 carros do plantel (as corridas da Monster Energy NASCAR Cup têm 40 participantes, e ainda estavam 37 em prova), causando uma bandeira vermelha e um atraso de 25 minutos. Dos 21 envolvidos, 10 não conseguiram regressar à corrida.

O toque de Menard em DiBenedetto não foi propositado, pois em pistas como Daytona, chamadas “superspeedways”, a NASCAR obriga a instalar uma placa restritora que retira cerca de 300 cv aos motores V8 de 850 cv de origem. Os carros costumam correr em comboio e qualquer tentativa de sair da linha implica perda de potência, tornando qualquer tentativa de ultrapassagem ainda mais arriscada. Quem anda à frente do comboio costuma ser empurrado pelo carro que vai atrás.

DiBenedetto estava a ter a melhor corrida da sua carreira, num carro de uma equipa de pequena dimensão, tendo liderado 49 voltas, mas acabou por abandonar, tal como Menard, o vencedor do ano passado Aric Almirola e o ex-campeão Martin Truex Jr. A prova ainda teve mais dois acidentes e um prolongamento, pelo que terminou com apenas 19 carros. Denny Hamlin venceu a Daytona 500 pela segunda vez na sua carreira, à frente dos seus dois colegas da Joe Gibbs Racing, Kyle Busch e Erik Jones. Hamlin dedicou a vitória a JD Gibbs, filho do dono e gestor da equipa, que morreu há um mês com uma doença neurológica degenerativa, com 49 anos de idade. Hamlin venceu no Toyota n.º 11, o mesmo número de JD Gibbs quando jogava futebol americano ao nível universitário (o seu pai Joe foi treinador profissional, pelos Washington Redskins).