O GP de Abu Dhabi de Fórmula 1, que culminou aquela que foi uma das mais emocionantes batalhas pelo título de pilotos na modalidade, ainda hoje é alvo de grande discussão entre os adeptos da Fórmula 1.
Do lado de Hamilton, os adeptos não perdoam a cadeia de desenvolvimentos que levou o então diretor de corrida, Michael Masi, a posicionar Verstappen imediatamente atrás de Hamilton, mas com pneus mais aderentes e frescos e uma volta de competição em pista. Do lado de Verstappen, os seus defensores entendem que tudo não passou de uma cadeia de eventos feliz para o neerlandês, que também esteve ao seu mais alto nível durante a época.
Já Hamilton vê a situação ainda com a natural incredulidade de quem parecia encaminhado para mais um título, o oitavo da modalidade (que seria o recorde absoluto ao superar os sete com que está empatado com Michael Schumacher), apenas para ver o sonho desfazer-se nas últimas voltas.
“Começo a ver as coisas a acontecerem e os meus piores receios concretizaram-se”, refere Hamilton à Vanity Fair. “Eu estava a pensar ‘nem pensar que me vão tirar isto. Não pode ser. Isso não vai acontecer. De certeza que não”, acrescenta.
“Não sei se consigo mesmo explicar por palavras os sentimentos que tive. Lembro-me de simplesmente sentar-me incrédulo. E perceber que tinha de tirar os cintos, tinha de sair dali [do carro] e que tinha de encontrar a força. Eu não tinha força. Foi um dos momentos mais duros que eu tive em muito, muito tempo”, admite o piloto de 37 anos de idade, que está a ter em 2022 uma temporada mais difícil depois da mudança de regulamentos da Fórmula 1.“Eu sabia o que tinha acontecido. Eu sabia as decisões que tinham sido tomadas e porquê. Sim, eu sabia que algo não estava certo”, refere ainda, lembrando o papel importante do pai, Anthony Hamilton, que lhe segredou as necessárias palavras de força e, mais importante, lhe deu o abraço que Lewis admite ter sido “uma das coisas mais profundas”.
Na temporada de 2022, Hamilton está fora da luta pelo título, com Max Verstappen aparentemente bem encaminhado para renovar a sua coroa (está 80 pontos à frente de Charles Leclerc (Ferrari), que é o segundo no campeonato de pilotos). No entanto, o piloto da Mercedes-AMG não deixa de estar em foco e, muito recentemente, viu-se envolvido noutra batalha com a FIA devido à sua ‘coleção’ de tatuagens e piercings. O piloto reconhece que parece ser também uma ‘perseguição’ à sua forma de viver, mas garante que não irá mudar a sua filosofia de vida, nem as suas paixões.
