Quando os atuais carros do Mundial de Ralis (WRC) terminarem a Power Stage de Fafe os espectadores nacionais terão ouvido, pela última vez, a sonoridade dos motores exclusivamente de combustão interna. A passagem para os motores híbridos em 2022 trará uma nova era para a categoria, com a adoção de motorizações mais sustentáveis em linha com aquilo que se assiste na indústria automóvel.

Os novos carros serão apelidados Rally1 e terão mudanças substanciais em diversos aspetos, como na aerodinâmica e nos componentes técnicos, que serão simplificados para tornar os custos menos elevados, com um incremento da utilização de peças padronizadas, iguais para todas as equipas.

A vertente motriz contará com a adição de um motor elétrico de 100 kW (136 CV) ao motor 1.6 de combustão interna, devendo o veículo percorrer as distâncias entre os serviços de assistência e entre especiais em modo elétrico. Nas especiais classificativas, o motor elétrico irá ajudar o motor térmico nas performances. O sistema híbrido e o seu software serão fornecidos pela Compact Dynamics, uma subsidiária da Schaeffler, assumindo-se como mais um elemento padrão de forma a reduzir custos.

As equipas já têm em fase de testes os novos carros, como é o caso da M-Sport (Ford), da Toyota e da Hyundai (na foto de destaque). Os novos carros de rali híbridos irão assumir o lugar dos atuais World Rally Cars (WRC), prevendo-se também um reforço da sua segurança com a aprovação de uma nova ‘roll cage’. Quanto aos modelos a utilizar, sabe-se que serão baseados nas novas gerações dos carros de estrada: ou seja, a Hyundai irá confiar no i20 N e a Toyota no Yaris de nova geração, faltando confirmar o carro que a M-Sport irá escolher para substituir o atual Fiesta (há quem aponte para a utilização do Puma).

No caso da Hyundai, o primeiro teste decorreu no Sul de França há algumas semanas, com o diretor de equipa, Andrea Adamo, a explicar que “estamos a começar do zero com regras completamente novas, um novo conceito e um novo modelo de base – o i20 N”.