A Renault lançou um desafio à Federação Internacional do Automóvel (FIA) para permitir que os carros elétricos possam ter uma competição de topo, com Luca de Meo, CEO do Grupo Renault, a aproveitar a conferência de imprensa no Salão de Paris, para indicar que o novo 5 Turbo 3E poderia ser uma proposta a ter em conta.

Revelado poucos dias antes do Salão de Paris, o Renault 5 Turbo 3E foi apresentado como um elo de ligação com os desportivos do passado da marca francesa, embora agora apenas alimentado por motores elétricos e com o foco na agilidade dinâmica e nos drifts, algo para o qual concept foi produzido.

Porém, aquando da sua conferência de imprensa, Luca de Meo deixou mais uma hipótese em cima da mesa: a de transformar o novo Renault 5 Turbo 3E numa realidade para as competições de ralis. A condição é simples: que a FIA trabalhe num regulamento e numa competição para que os carros de ralis elétricos possam competir nos troços mundiais.

Lembrando que o Renault 5 Turbo 2 “foi uma lenda”, Luca de Meo disse que “na Renault existe um enorme desejo de ressuscitá-lo para celebrar o 50º aniversário do R5, mas obviamente tornando-o num carro dos dias de hoje”, o responsável máximo do Grupo Renault mostrou vontade de tornar o Turbo 3E num modelo de estrada para continuar o legado dos Turbo anteriores.

“É um carro de tração traseira, com dois motores elétricos, 380 CV de potência, 700 Nm de binário e capaz de atingir grandes velocidades de 200 km/h. É um ‘drifter’ nato, um pacote de dinamite que pode acelerar dos zero aos 100 km/h em apenas 3,5 segundos”, prosseguiu.

“Por fim, quero partilhar um segredo e um sonho que temos. Quase que encontrámos as soluções técnicas para fazermos este carro funcionar, só precisamos de encaixá-lo nos nosso orçamentos. Se o negócio correr melhor do que o esperado, talvez possamos desenvolvê-lo e poderia ser ótimo para ser o topo de gama da Renault. O nosso sonho, também, é ver um carro como este nas estradas do Col de Turini, às mãos um digno sucessor de [Jean] Ragnotti [NDR: ex-piloto de ralis], mas para isso a FIA tem de rever os seus regulamentos e permitir os elétricos. Por isso, senhores da FIA, cabe-vos interagir com a solução, porque nos encontrámos a solução”, atirou o italiano.

Até ao momento, as competições com automóveis elétricos já abarcam as pistas com a Fórmula E e o E-TCR, mas os ralis apenas este ano adotaram mecânicas híbridas. O apetite das marcas parece, no entanto, estar a crescer pela possibilidade de produzirem carros elétricos para as competições deste género, tendo esta admissão de Luca de Meo sido bem acolhida pelo público presente durante o discurso, que tratou de aplaudir com entusiasmo.

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