Num traçado sinuoso em que não é fácil ultrapassar, os resultados das corridas ficaram mais ou menos decididos no momento da partida, embora os usuais contactos entre carros e problemas mecânicos também tenham contribuído para baralhar as contas.
Na primeira corrida, no sábado, foi Esteban Guerrieri a levar o seu Honda Civic da All-Inkl ao triunfo, superando Thed Bjork, com um dos Lynk & Co preparados pela Cyan Racing. A equipa chinesa foi mesmo uma das surpresas do evento marroquino, mostrando ter sempre ritmo para andar entre os lugares da frente com os seus quatro carros. O terceiro lugar ficou para outro Civic da All-Inkl, este de Nestor Girolami. Tiago Monteiro terminou a corrida em sétimo, mas fruto de uma penalização imposta a Jean-Karl Vernay (Audi RS3) por um toque em Andy Priaulx (Lynk & Co), viria a subir uma posição, sendo assim classificado em sexto.
Na segunda prova foi o campeão Gabriele Tarquini, ao volante de um Hyundai i30 N, a subir ao lugar mais alto do pódio, tirando partido do despista do carro gémeo de Nicky Catsburg, que ficou sem travões à passagem da décima volta. O seu carro viria a ficar demasiado danificado para participar também na terceira corrida, uma vez que o tempo entre ambas era escasso. Assim, Tarquini herdou a primeira posição e liderou a prova até final, ficando à frente do Audi de Jean-Karl Vernay e do Lynk & Co de Ehrlacher. Nesta corrida, Monteiro ficou com o oitavo melhor tempo, procurando resguardar-se de incidentes que pusessem em risco a sua participação na derradeira corrida.
Contudo, a sua participação viria a ser muito curta. Na travagem para a Curva 3, o piloto do Honda ficou ensanduichado pelo Honda de Guerrieri (que estava por dentro na curva para a esquerda) e pelo Lynk & Co de Ehrlacher (por fora), com este último a conseguir ficar na frente, mas a ‘cortar’ trajetória ao português, que sem espaço para deixar o seu Civic, já que Guerrieri continuava por dentro, viria a dar um toque na traseira do carro de Ehrlacher, acabando este por embater na barreira de pneus e, atravessando-se à frente de Monteiro, causar um embate forte. Ambos os pilotos saíram ilesos, mas a corrida de ambos ficava por ali.
O safety car entrou em pista enquanto eram retirados os destroços, com os Lynk & Co de Yvan Muller e de Thed Bjork no comando das operações, até que o carro do francês evidenciou problemas e foi forçado a abandonar com a direção partida. A liderança ficava com Bjork que aguentou a pressão de Frédéric Vervisch (Audi RS 3 LMS) para vencer (beneficiando de mais um período de safety car que durou até final devido ao despiste do Audi de Vernay após falha de travões na Curva 7), enquanto Mikel Azcona (CUPRA Leon TCR) ficou com o terceiro posto. Guerrieri terminou em quarto lugar. Com este triunfo, a Lynk & Co fez história no automobilismo, ao tornar-se na primeira marca chinesa a vencer uma corrida com a chancela da Federação Intenraconal do Automóvel (FIA).
No somatório do fim de semana, Bjork assumiu o comando do campeonato com 61 pontos, com mais cinco do que Esteban Guerrieri e 12 do que Tarquini, que é terceiro. Tiago Monteiro é o nono, com 20 pontos.
