Tiago Monteiro em corrida heróica no Qatar

26/11/2016

Numa última volta de cortar a respiração na última prova do WTCC, Tiago Monteiro conseguiu passar Yvan Muller, para garantir o terceiro lugar do campeonato que terminou na prova do Qatar

Numa corrida novamente marcada pela entrada do safety-car, que voltou a entrar na volta 1 depois da confusão entre Hugo Valente e Nicky Catsburg, e também do incidente entre Tom Chilton e Robert Dahlgreen que colocou o segundo de fora da prova, Mehdi Bennani aproveitou a pole-position para segurar o segundo triunfo do ano.

Com um carro longe de estar nas melhores condições fruto do toque que o deixou de fora da corrida 1, Tiago Monteiro arrancou bem do sétimo posto, subindo uma posição no reinício. O piloto português mantinha-se atrás  de Norbert Michelisz, o que era suficiente para segurar o terceiro lugar do campeonato, mas o húngaro de 32 anos conseguiu ultrapassar Gabriele Tarquini, no que aparentava ser o momento decisivo da corrida. Tudo numa ocasião em que Tiago se defendia de Yvan Muller.

Nesse momento, Tiago acaba por cair para trás do italiano e do francês, o que hipotecava seriamente as suas hipóteses de terminar nesse ambicionado terceiro lugar da geral. Mas  o #18 da Honda não baixou os braços, dando azo uma recuperação impressionante.

Depois de muita luta, livrou-se do antigo colega Tarquini. Mas faltava Muller, também ele de saída do  WTCC. Nos instantes finais, ambos aproximaram-se muito de Micheliz, mas nem o #68 conseguia ultrapassá-lo, nem Tiago parecia capaz de surpreender o piloto da Citroën.

Até que, numa última volta incrível, Monteiro lá conseguiu reduzir um défice de 0,9s para se colar à traseira do C-Elysée de Muller e ultrapassá-lo a menos de quatro curvas para o fim, segurando desta forma um importante e merecido terceiro posto do campeonato à custa do quinto lugar na corrida 2.

“Foi muito difícil, mas tive muito apoio. Muito obrigado. A minha corrida foi muito difícil. Queria vencer, e portanto ou vencia ou colocava o carro contra um muro. Mas estou muito contente. Sabia que o Volvo era mais leve em 80 kg, e que tinha de andar no limite para mantê-lo atrás de mim. Quero agradecer em particular ao Reino de Marrocos, porque sem o seu apoio não estaria provavelmente a lutar aqui”, disse Mehdi Bennani, que foi também o campeão da Taça dos Independentes.

André Bettencourt Rodrigues