Este foi o regresso aos triunfos da Porsche na principal categoria de resistência, com a última a datar de 2017, então com o projeto 919 Hybrid LMP1, sublinhando a sua prestação com o domínio do pódio. O carro #6, que esteve sempre na luta pela liderança praticamente desde o arranque, embora tenha tido a feroz oposição dos outros carros da marca, mas também do Peugeot 9X8 #93 de Nico Muller, Jean-Eric Vergne e Mikkel Jensen, que viria a protagonizar um dos momentos dramáticos nos instantes finais da corrida.
Também para os vencedores a prova não terminou sem um pequeno susto, com a necessidade de uma paragem a menos de dez voltas do fim para reposicionar o painel de identificação com o número do carro devido a um contacto com outro carro. Ainda assim, a vantagem que acumulou na hora final permitiu-lhe parar e voltar à pista sem perder o comando, terminando com mais de 30 segundos de vantagem sobre o Porsche da JOTA (#12), partilhado entre Will Stevens, Callum Illot e Norman Nato.
No entanto, este resultado apenas foi possível graças ao azar do Peugeot #93, que à entrada da penúltima volta ficou sem combustível, cruzando a linha de meta apenas com recurso à energia do motor elétrico, classificando-se em sétimo. No entanto, depois da prova viria a ser desclassificado por dupla infração dos regulamentos: não só não conseguiu regressar às boxes pelos seus próprios meios após a bandeira de xadrez, como, de forma inerente, também não chegou ao parque fechado para as verificações regulamentares necessárias.
Outro Porsche conseguiu assim chegar ao terceiro lugar, com o carro #5 de Matt Campbell, Michael Christensen e de Frederic Makowiecki a terminar praticamente colado ao do Team JOTA, mas sem conseguir passá-lo.
O melhor dos ‘outros’ foi o Cadillac da Ganassi com o #2 pilotado por Alex Lynn, Sébastien Bourdais e Earl Bamber, que começou a prova da pior forma após um contacto com o Peugeot #94, levando-o a efetuar várias reparações. No entanto, um ritmo forte e os azares alheios permitiram-lhe regressar a posições cimeiras.E os Toyota e Ferrari?
Usualmente candidatos ao triunfo, os Toyota GR estiveram irreconhecíveis, fruto também das medidas de equilíbrio do ‘Balance of Performance’ que acabaram por penalizar fortemente os LMH da marca japonesa, mas também os Ferrari. Aliás, da marca italiana, o melhor classificado foi mesmo o carro #83 inscrito de forma privada e pilotado por Robert Kubica, Ye Yifei e Robert Shwartzman, terminando na quinta posição, mas já a uma volta do carro vencedor.
Os outros carros da AF Corse foram sofrendo problemas na sequência de contactos com carros mais lentos, como o que atrasou o carro #51 de James Calado, que perdeu a secção posterior em plena pista depois de um incidente com um McLaren da categoria GT3.
O melhor dos Toyota posicionou-se em sexto, com Kamui Kobayashi, Mike Conway e Nyck dr Vries a levarem o GR010 HYBRID, enquanto o carro gémeo, de Sébastien Buemi, Ryo Hirakawa e Brendon Hartley, terminou apenas em nono (já depois da desclassificação do Peugeot), muito aquém do que seria de esperar.
Na nova categoria GT3, a Manthey PureRxcing conseguiu uma vitória brilhante com o Porsche 911 GT3 R #92, partilhado por Aliaksandr Malykhin, Joel Sturm e Klaus Bachler, levando a melhor sobre o Aston Martin Vantage #27 da Heart of Racing, conduzido por Ian James, Daniel Mancinelli e Alex Riberas, após uma grande batalha.
Resultados 1812 km do Catar
1 PORSCHE PENSKE MOTORSPORT #6 335 voltas em 9h55m51,926s
2 HERTZ TEAM JOTA PORSCHE #12 335 voltas
3 PORSCHE PENSKE MOTORSPORT #5 335 voltas
4 CADILLAC RACING #2 334 voltas
5 AF CORSE FERRARI #83 334 voltas
6 TOYOTA GAZOO RACING #7 334 voltas
7 FERRARI AF CORSE #50 333 voltas
8 ALPINE ENDURANCE TEAM #35 333 voltas
9 TOYOTA GAZOO RACING #8 333 voltas
11 PROTON COMPETITION #99 333 voltas
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